sábado, 1 de maio de 2021

EDIÇÃO DE 05/2021

 


FESTIVAL DE CINEMA EM TERESÓPOLIS: UM PASSADO DE GLAMOUR.

 

                        Foto: grupo Reminiscências de Teresópolis

Shirlei Pinheiro

Durante o regime militar o cinema nacional se viu em um momento muito delicado, nesse período começavam a pipocar pequenos festivais em algumas cidades no interior de São Paulo. Foi a partir daí que por iniciativa de algumas pessoas, Teresópolis passou a ser sede do Festival brasileiro de cinema entre 1964 e 1972, idealizado pelo radialista Adolfo Cruz o festival foi criado para premiar e reconhecer os que trabalhavam em prol do cinema que era tido como um movimento sem importância, além de trazer para a cidade uma atmosfera de glamour e bastante visibilidade. Artistas como Jece Valadão, Mazzaropi, Joana Fomm, entre outros, marcaram presença abrilhantando ainda mais o evento. 
Em 1964 quando o município comemorava os 73 anos de sua emancipação ocorreu a primeira edição, o evento ocorreu na Fazenda Boa Fé e o filme vencedor foi "Um morto ao telefone", Joana Fomm e Oswaldo Loureiro venceram como melhores atores e Watson Macedo como melhor diretor, ambos levando o troféu Dedo de Deus.

                                   Oswaldo Loureiro e Joana Fomm
                                                      Foto Astros em revista

                                         Foto: Revista Manchete

A segunda edição ocorreu em 65 realizado no Cine Vitória localizado no Parque regadas, trazendo assim o evento para mais perto do público que tinha a oportunidade de ver seus ídolos. Os artistas que prestigiavam o festival ficavam hospedados no Hotel Higino, eram feitas gincanas no Parque Regadas que animavam quem participava. Nessa época Teresópolis recebia o que tinha de melhor no cenário artístico e assim passou a ser conhecida nacionalmente.
Em 66 em sua terceira edição o festival trouxe mais glamour com a presença de mais estrelas como Vinícius de Moraes, Manoel Bandeira e Adolpho Bloch, neste ano Teresópolis passa a ser intitulada como a cidade dos festivais.

                     Foto: Pro Memória Teresópolis

 A quarta edição aconteceu em 67 e já era considerado um dos principais festivais do Brasil, houve uma pausa na realização do festival entre 68 e 70, retornando em 71 para a quinta edição, infelizmente devido essa pausa o festival foi se enfraquecendo, até a quarta edição os troféus eram feitos de bronze passando a ser feito de ouro a partir da quinta edição. Neste ano o filme premiado foi "Dois perdidos numa noite suja" produzido por Jece Valadão e quem levou o prêmio de melhor ator foi Emiliano Queiroz. 

                                                  
Em 72 foi realizado o último festival na cidade de Teresópolis, foi uma edição que recebeu diversas críticas pois o cinema começou a perder espaço para o teatro e TV que também passaram a fazer parte do evento.
A partir de 73 o festival passou a ser feito em Gramado permanecendo até os dias de hoje.
O Brasil já foi considerado o segundo maior produtor de cinema do mundo e sem dúvidas os festivais de cinema de Teresópolis contribuíram muito para essa marca, falta de incentivo e patrocínio fez com que o município perdesse essa importante referência que movimentou tanto a cidade, colocando Teresópolis nos principais circuitos de turismo.
Alguns espaços onde foram realizados os festivais já não existem como o Cine Vitoria e o Cine Alvorada, outros estão em ruinas como é o caso do Hotel Caxangá e a fazenda Boa Fé.

                            Foto: Grupo Reminiscências de Teresópolis

 

    Prefeito Flavio Bortoluzzi com Jece Valadão na        churrascaria Bife grande
  Foto: Grupo Reminiscências de Teresópolis

           

Documentário Cidade dos Festivais

O que sobrou da fazenda Boa Fé
https://www.facebook.com/groups/reminiscencias/permalink/3063744793674079


Fonte de pesquisa: Grupo Reminiscências de Teresópolis
                Documentário Cidade dos Festivais 





                                



ENTREVISTA COM ROBERTO SCHIMA.

 

Foto: Divulgação

Nascido em 01/02/1960 na cidade de São Paulo/SP. Escreve contos, poemas e crônicas. Ilustrador de fanzines nos anos 90. Vencedor do "Prêmio Jerônymo Monteiro", promovido pela extinta "Isaac Asimov Magazine" (Ed. Record), com a história "Como a Neve de Maio". Escreveu os livros "Limbographia" (contos), "O Olhar de Hirosaki" (romance), "Sob as Folhas do Ocaso" (contos), entre outros. Autor do conto "Abismo do Tempo", um dos vencedores do concurso "Os Viajantes do Tempo", promovido pela revista Conexão Literatura e publicado em sua edição nº 37, de Julho de 2018, a partir do que tornou-se um colaborador regular da revista.

Roberto Schima é o entrevistado da edição de maio do jornal Escritores da Serra.

Jornal Escritores da Serra: Quando e como foi seu início na literatura?

Roberto Schima: Em 04 de março de 1971, aos dez anos, tive que escrever uma redação para a escola – na época chamava-se “composição” – cujo tema era “O que pretendo ser quando crescer”. Uma baita responsabilidade para uma criança sem dúvida. Fascinado pelo clima da “Conquista do Espaço” e de seriados como “Jornada nas Estrelas”, coloquei no papel: astronauta “... porque quando sair e entrar na órbita terrestre e lunar viverei numa aventura e tanto...” Bem, isso jamais aconteceu, mas eu tirei um “Muito Bom” da professora Irma VergaçasDaher e para sempre vivi no mundo da lua. Por volta dos onze anos, ganhei uma agenda daquelas que os bancos antigamente costumavam distribuir aos clientes ou funcionários nos finais de ano. Nela, passei a anotar de tudo um pouco: horário de aulas, algum desenho, resultado de um jogo de baralho etc. Embora jovem, já via na escrita algo de mágico, uma maneira de perpetuar as ideias, de prender os pensamentos, memórias, banalidades e coisas importantes. Esse tipo de reflexão acompanhou-me a vida toda. Na adolescência eu gostava de trocar correspondências. Anotava acontecimentos do dia-a-dia ou algum pensamento. Inventava histórias. Eventualmente, no início dos anos 80, acalentei o desejo de ter um livro publicado, estimulado pelas leituras de livros como “Os Frutos Dourados do Sol” e “As Crônicas Marcianas”, de Ray Bradbury. Eu conhecera o trabalho do escritor ainda garoto, ao ler uma adaptação em quadrinhos de seu conto “O Lago”, desenhada por Joe Orlando. Admirara a mistura de lirismo, fantasia e nostalgia de suas narrativas.Na segunda metade da década, travei contato com o Sr. João Francisco dos Santos, o qual publicara o seu livro de poemas de forma independente. Isso fortaleceu em mim a ideia de ter meu próprio livro em mãos. Provavelmente através de um correspondente, tomei conhecimento da editora Scortecci e, através dela, publiquei a coletânea “Pequenas Portas do Eu” em 1987, reunindo dez contos. Pouco tempo depois, através de um panfleto afixado em um sebo, soube da existência do “Clube de Leitores de Ficção Científica” (CLFC), idealizado por Roberto César do Nascimento, que reunia admiradores do gênero e editava o fanzine “Somnium”. Neste, dei continuidade ao exercício da escrita, dando vazão através dos contos ao sonho infantil de viajar pelo espaço. Em 1990, tive a felicidade de ser contemplado com o “Prêmio Jerônymo Monteiro”, promovido pela “Isaac Asimov Magazine” (Ed. Record), pela história “Como a Neve de Maio”, publicada em seu nº 12. Em 1993, participei da antologia “Tríplice Universo” (Ed. GRD) com a noveleta “Os Fantasmas de Vênus”. Após isso houve um longo hiato. Então, a vontade de lançar novamente um livro começou a formigar e, felizmente – graças aos avanços na informática e o surgimento da Internet -, acabei conhecendo a agBook e o Clube de Autores. Assim, reunindo ou remodelando velhas histórias, em 2013 lancei a antologia “Limbographia” e, no ano seguinte, o romance “O Olhar de Hirosaki”. Em meados de 2018, através de uma postagem no Facebook, fiquei ciente de um concurso de contos com o tema “Os Viajantes do Tempo”, promovido pela revista digital “Conexão Literatura” (http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/), editada por Ademir Pascale. Meu ânimo para escrever fenecera fazia mais de vinte anos, mas eu tinha uma história engavetada que poderia adequar-se ao concurso e, após uns ajustes, enviei-a, afinal, o que tinha a perder? Foi uma surpresa maravilhosa quando, um mês depois, tive a notícia de ter sido contemplado. Isso representou um estímulo enorme e, a partir de então, retornei à escrita. Meu conto, “Abismo do Tempo”, foi publicado no nº 37 da revista e, desde então, colaboro com ela regularmente. Ufa! Perdoem-me. Minha resposta foi muito além da pergunta. Mas é um defeito meu: escrever demais da conta...



JES: De onde busca a inspiração para seus textos?

RS: Qualquer coisa pode servir de inspiração para um conto. Não sei se posso dizer que é algo premeditado. Não levanto pensando algo como: hoje vou procurar um assunto que me motive a compor um texto. As musas não operam assim. Para compor “Como a Neve de Maio”, por exemplo, lembrei-me do romance de ficção científica “A Noite dos Tempos”, de René Barjavel, cuja leitura apreciara, seja por ser ambientado na Antártida (sempre fui atraído pelo continente gelado), seja por tratar de um amor impossível. “Abismo do Tempo” surgiu com base em um desenho que eu fizera havia mais de vinte anos. Ele mostrava uma mulher em pranto, tendo ao fundo uma nave que partia para as estrelas. Um dia, olhei para ele e pensei na dor da despedida, no mergulho da nave no desconhecido. Indaguei-me quem estaria a bordo da nave e o que essa pessoa reencontraria ao retornar. Nesse contexto, surgiu o conto. Aliás, esse é um ótimo exercício: observamos uma imagem que nos agrada e aguardar para ver o que ela nos diz, buscar uma história que a retrate. Às vezes, assistindo a algum vídeo isso também pode acontecer. Ou alguma reflexão de momento. A inspiração surge das coisas mais corriqueiras. Se atentarmos para uma abelha em sua luta diária e infatigável, sua vida e a da colmeia daria um épico. Certa feita, avistei uma abelha moribunda em meu quintal. Penalizado, coloquei-a sobre uma flor no jardim. Imediatamente, ela tentou obter o néctar. Mesmo morrendo, não deixou de cumprir o seu dever. Achei isso admirável e levou-me a refletir. Anos depois, compus a noveleta “A Solidão de uma Rainha”. Por outro lado, nunca fui um autor produtivo, todavia, ao começar a participar de antologias a partir de fins de 2019, vi-me pressionado a escrever com base em temas pré-determinados, limitações de caracteres e prazos a cumprir. Comecei a usar isso como um exercício literário, disciplinando-me a seguir uma certa rotina para atingir um determinado objetivo.

JES: Na sua opinião o que falta para a cultura no país?

RS: Talvez o que mais falte seja o hábito, a vontade e a capacidade de enxergar o quão importante é a cultura tanto para o crescimento individual quanto – e especialmente – para a formação da nação enquanto um todo e reagir contra isso. Há uma frase atribuída à Isaac Asimov que diz o seguinte: “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”. Um eficiente sistema de ensino é o alicerce fundamental para qualquer nação. Exemplos comparativos disso não faltam. Quanto os governos dos países desenvolvidos investem na instrução de seu povo? Quanto isso é feito por aqui? Como são tratados os professores em ambos os casos? E os investimentos na Ciência? Quais os estímulos para se manter as melhores mentes dentro do próprio país? Não é preocupante que o Brasil seja apontado entre as nações mais ignorantes do mundo? O incêndio ocorrido em 2018 nas dependências do Museu Nacional no Rio de Janeiro, além da catástrofe em si, simbolizou a forma como a cultura não vinculada a interesses políticos é tratada no Brasil, ou melhor, não é cuidada. Foi de uma nação sem memória para uma nação lobotomizada. Além disso, há a questão da carência de programações adequadas na televisão que estimulem o gosto pelo saber em vez de saturar com banalidades. Fico imaginando quão diferente seria, por exemplo, se uma emissora como a TV Cultura (SP) fosse tomada como modelo e houvesse uma preocupação genuína das demais emissoras em enriquecer e acrescentar, em vez de priorizar a audiência sem se importar com o que fosse ao ar. Mas, é claro,muito também depende de cada um de nós, do desejoem querer aprender e aprimorar-se. Fala-se muito, por exemplo, no quanto os livros são caros. Ora, isso não é desculpa para não ler, ainda mais agora, com todas as facilidades disponibilizadas pela tecnologia e pela Internet. Nunca o acesso a informação esteve tão disponível às pessoas. Livros digitais podem ser obtidos gratuitamente ou a preços acessíveis e serem lidos em smartphones. Ademais, há muito tempo, os livros físicos podem ser adquiridos mais em conta através dos “sebos”.Existem YouTubers capacitados, dispostos a compartilhar suas experiências em áreas diversificadas de conhecimento. (Aulas de Inglês, de Matemática, de Música, de Artesanato, cuidados com as plantas, marcenaria etc.)

JES: Como tem sido sua rotina literária durante a pandemia do Coronavírus?

RS: Conforme mencionei, em fins de 2019 descobri a possibilidade de participar de antologias. Isso foi providencial, pois logo surgiram as notícias sobre a pandemia. Como me encontro no grupo de risco, procurei manter o isolamento social. Então, posso dizer sem receio de errar que nunca escrevi tantos contos em minha vida como tenho feito nos últimos dezoito meses. Desse modo, minha rotina literária tem se constituído em procurar compor histórias para as antologias que vão surgindo e, também, continuar a colaborar mensalmente com a revista digital “Conexão Literatura”. Ocasionalmente, tenho escritopara as revistas digitais “LiteraLivre” e “Projeto AutoEstima”. Por último, mas não último, é relevante citar o apoio constante de minha esposa, Márcia Cristina Dias Schima, sem a qual nada disso seria possível.

JES: Quais são seus planos para quando a pandemia passar?

RS: Sair da toca! Desculpe ser tão lacônico, porém, calculo que seja o anseio de todos nós. Fazer uma boa caminhada sem me preocupar em usar máscara (de preferência, sem ser assaltado) e dar espaço para os olhos, sendo grato por ainda estar aqui e lamentando por aqueles que não tiveram essa oportunidade. Diga-se de passagem, participei de cerca de meia dúzia de antologias que tiveram a pandemia por temática, sendo relevante mencionar a obra “2020: O Mundo Parou!!”, publicada no final do ano passado pelo Projeto Apparere, que reuniu duzentos e quarenta e um textos entre contos, poesias, crônicas e artigos em mais de seiscentas páginas, escritos por autores de diferentes formações ou sem formação alguma (entre os quais me incluo), constituindo-se para futuros historiadores uma ótima amostragem do que tem sido esse período.

JES: Quantos livros já escreveu e quantas coletâneas participou?

RS: Além do primogênito “Pequenas Portas do Eu”, meus principais livros solo são: “Limbographia” (contos), “O Olhar de Hirosaki” (romance), “Sob as Folhas do Ocaso” (contos) e “Cinza no Céu” (contos), todos através do sistema de autopublicação (agBook, Clube de Autores, Amazon, Uiclap). Pelas mesmas plataformas, lancei algumas noveletas em formato de livro de bolso, mas essas histórias podem ser encontradas nos livros acima. Futuramente, pretendo reunir meus contos esparsos em outras antologias solos. Ah, a título de acréscimo e para quem tiver curiosidade, tenho cerca de duas dezenas de textos disponíveis no Wattpad. Quanto a coletâneas/antologias, das que fui selecionado e já foram publicadas, tomei parte de mais de setenta até o momento. Maiores informações poderão ser obtidas através do Google ou, mais especificamente em:



https://www.amazon.com.br/s?k=%22roberto+schima%22&__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ref=nb_sb_noss

https://www.clubedeautores.com.br/authors/97551

http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/search?q=schima

https://loja.uiclap.com/autor/roberto-schima/

https://www.wattpad.com/user/RobertoSchima

JES: Quando começou com os desenhos?

RS: O gosto pelo desenho iniciou-se na infância, tomando por base os desenhos animados, gibis e seriados. Fui um garoto que amava os monstros, fossem sobrenaturais ou o espaço sideral. Morria de medo deles, mas eram meus amigos. Então, desenhei vários deles, conforme os imaginava. Embora tivesse feito um curso por correspondência pelo Instituto Universal Brasileiro e estudado no Liceu de Artes e Ofícios, nunca conclui nenhum dos dois. Sentia dificuldade em me adaptar a regras necessárias ao bom desempenho de um ilustrador, o que é claramente visível em minhas deficiências. Após me associar ao CLFC, passei a contribuir com ilustrações não somente para o “Somnium”, mas para outros fanzines, tanto nacionais quanto estrangeiros. Desenhar sempre foi para mim um passatempo, não mais do que isso. Faz décadas que estou parado. Quem se interessar poderá ver alguns exemplos em:

http://marcianoscomonocinema.blogspot.com/2017/06/ilustracoes-de-roberto-schima.html



JES: Qual mensagem passaria para quem quer iniciar na vida literária?

RS: Ler e escrever estão intimamente ligados. Quem gosta de ler, não necessariamente desejará se tornar um escritor, todavia, para quem gosta de escrever, é imprescindível gostar de ler. Ler pelo prazer da leitura, ler para aprender algo, ler para admirar as boas obras, a forma como foram escritas. Grandes livros têm muito a nos ensinar. Confesso que, na escola, detestava as aulas de língua portuguesa. Blasfêmia? Não diria tanto, apenas incongruente em se tratando de alguém que desde a tenra idade gosta de colocar os pensamentos no papel. É um idioma rico, belo, complexo, cujas exceções são a regra e que, desde sempre, nos enlouqueceu. Sempre apanhei e continuarei apanhando. E, sim, odiei as alterações decorrentes da nova ortografia. Até hoje possuo diversas falhas e morrerei tendo. Posso dizer que, hoje, fiz as pazes, embora saia no tapa de vez em quando. Seja como for, em sendo o instrumento de nosso ofício, por assim dizer, é importante estar a par da gramática, procurar errar o menos possível. Para isso, novamente os avanços da informática vieram ajudar, pois, enquanto escrevo, fico conectado à rede e, em caso de dúvida em relação a grafia, a busca de um sinônimo ou pesquisa sobre determinado assunto, vou correndo consultar o São Google. A princípio, escrevo para agradar a mim, se outros gostarem, tanto melhor, mas é o autor que tem que gostar daquilo que está produzindo e do resultado final, pois se ele fez aquilo motivado, com emoção e, no final, é capaz de observar o resultado com orgulho e carinho, o restante será consequência. Escrevo porque gosto de escrever, de observar o desenrolar de pequenos mundos diante dos meus olhos. Ter a liberdade de dar vida e amar um mundo ao qual criou faz bem para a alma. Por mais piegas que seja, minha mensagem é: escreva por amor à escrita.

Perguntas rápidas:

Livro favorito? “Fernão de Magalhães”, Stefan Zweig

Filme favorito? “Em Algum Lugar do Passado” (Somewhere in Time, JeannotSzwarc, 1980)

Ator ou atriz favoritos? Ricardo Montalban

Autor favorito? Carl Sagan

Obs: Houve outras entrevistas nas quais respondi a questões similares e, em geral, procurei fornecer respostas diferentes, pois não há exatamente um(a) que seja O(A) favorito(a) e nem seria justo. Várias obras, autores e atores desfrutam de minha admiração.

Escreva abaixo um trecho de algum livro. Pode ser seu livro.

Um trecho que até hoje me é particularmente caro pode ser encontrado na história “A árvore que queria voar”, que fez parte do “Pequenas Portas do Eu” e foi reproduzido na antologia “Limbographia”. Trata-se de uma fábula e nela há uma reflexão de um velho jabuti diante de uma margarida:

 

… O diasufocantecedeulugar à brisafresca da tarde. A temperaturaestavacaindo, trazendo o alívio a plantas e animais. Tirugo, recolhendo as patas, pousouseucascosuavemente no chãocoberto de musgocastanho-avermelhado, numrecantoúmido e som­brio da Lagoa da Meditação. Olhou a sombra de umapequenamarga­rida, agora mais longa queelaprópria. Por um instante, passou-lhenamente o pensamento de irdevorá-la, mas não o fez. "Quebela e efêmera é a vida", pensou, admirando o miolinhoamareloemolduradopelacoroa de pétalasbrancas, agitando-se com o ven­to. "Com uma simples mordidapossofazê-la desaparecer para sem­pre, como se jamaishouvesseexistido. Possoapagá-la para sempre da lembrança dos que a viram e interromperbruscamente o destinodaquelesque a veriam e aadmirariam. Com umamordida nada resta­riasenão um finotalo, mudo e triste, despido de sentido. E, passadoalgunsdias, essetalomurcharia, secaria e, porfim, desapareceria. O Nada é o derradeirofim de todas as coisas. De quehaveriaservidoestapequenaflor se suavida fosse subita­menteinterrompida? Aindanãoteve tempo de deixardescendentes. É jovem e bela, como o é a vida, eternamenterevigorada. Háalgum tempo atrás, elateveumaoutraflorque a gerou, esta, porsuavez, também e assimsucessivamente, indefinidamente, retrocedendo no tempo e no espaço. Milhares, milhões de gerações, milhões de margaridas, cadaqualtendovividosuaprópriavida, cadaqual com suaprópriahistória, cadaqualencontrando o Nada pelosseuspróprioscaminhos. Com apenasumamordida, umaúnicamordida, possodestruirnãosomenteumaflor, mas milhões de flores, todaumalinhagemqueatravessou o corredorinfindável do tempo para brotaraqui, nestechão, diante de meusolhos. E, destruindo-a, destruireitambém outros milhões de floresquenasceriamnasgeraçõesfuturas. Quebela e efêmera é a vida. Quepoderassusta­dorexistenumamordida..."

 

Quem quiser ler a história na íntegra, poderá ir num dos links abaixo:

https://www.wattpad.com/830481313-a-%C3%A1rvore-que-queria-voar

https://www.efuturo.com.br/imprime_texto.php?cdPoesia=7172

 

Concluo esta entrevista agradecendo a Shirlei Pinheiro pela lisonjeira e preciosa oportunidade. Espero que as palavras acima possam trazer algo de positivo aos leitores, pedindo desde já minhas desculpas pelos excessos.

Shirlei Pinheiro

Publicação autorizada.

AUTOR DO MÊS.

 


Amado sertão 

 

Almejo aquela força 

Manhã que cedo inicia,

A galinha a cacarejar e

Do aroma do café que anuncia

O dia na roça a iniciar.

 

Saí de casa pra água buscar

E a chuva, ouro líquido descia,

Rezando no banho de chuva o céu olhar

Tão linda a simples alegria que viceja,

Ão nos tempos e poesias lembrar

O quanto é rica a vida sertaneja.

Publicação autorizada.


Mirella Renata Andrade nasceu em Recife Pernambuco a 14 de setembro de 1982, cresceu em Fortaleza Ceará. Iniciou a escrever nos concursos para escritores mirins de poesia no ensino fundamental e médio, concluiu ensino superior no Brasil e equiparou na Itália como contadora. Participou do Concurso Nacional Italiano Dantebus. Participa ativamente do grupo Mulheriu das Letras Portugal - Mulherio das Letras Brasil, é uma das autoras da coletânea "Sentimentos Góticos" poesias da alma da editora Versejar.


 https://youtu.be/HYiTM4w0aYM

FELIZ DIA DAS MÃES!!!

 



AGENDA CULTURAL!!



 Todo sábado, às 15h, o Programa CCBB Educativo realiza o Lugar de Criação, com atividades para crianças e suas famílias se divertirem, aprenderem, contarem histórias e fazerem arte!

📅Dia 01 - Oficina de histórias - leitura e criação de livros ilustrados
📅 Dia 08 - Educação Financeira, o jogo – criado em parceria com o Coletivo Às margens, o jogo é uma experiência lúdica sobre os modos de nos relacionarmos com o dinheiro, com a cidade e com as outras pessoas na sociedade.
📅 Dia 15 - Jogos de arte - brincadeiras e jogos que envolvem estratégias das artes visuais, teatro, música e escrita.
📅 Dia 22 - Oficina de artes - Exercícios de experimentação de materiais, sons e movimentos em processos artísticos voltados à criação de imagens.
📅 Dia 29 - Oficina de histórias - leitura e criação de livros ilustrados
➡️ Seguimos todos os protocolos de segurança sanitária, então atendemos 3 núcleos familiares por dia, de até 4 pessoas cada. Garanta seu ingresso gratuito em https://bit.ly/3xgUIoI

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A exposição
1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Col. Andrea e José Olympio
conta com cerca de 110 obras de 68 artistas, pertencentes à coleção do casal carioca, considerado como um dos 200 maiores colecionadores de arte do mundo, segundo a revista The ARTNews.
📅 Todos os dias, de 09h às 18h, exceto terça. Até 26/07.
➡ Agende a sua visita em: bit.ly/agendeexpo
📲 A exposição está adaptada atendendo as normas de distanciamento e segurança, confira em: bit.ly/normasccbb

FONTE: CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL

POR THIAGO CARVALHO