sexta-feira, 15 de abril de 2022

EDIÇÃO ABRIL 02

 


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CANDIDA CARPENA

 


Portais das cidades

 

Uns coloridos, outros brancos; de metal, madeira, concreto; com formas geométricas, símbolo ou nome do lugar. Avistamos os portais das cidades durante todo o percurso na estrada, é raro não ter. Alguns são como um convite a passar por ali e nem sempre conseguimos aceitar, embora a vontade esteja presente. Viajantes com prazo de validade tem dessas coisas, porém temos uma lista de desejos para breve.
Há ocasiões em que atravessamos os portais. Aliás, ocorre seguido e nesses locais pensamos ser necessários uns 3 dias para conhecer e participar do viver desses lugares. Sempre paramos em praças, em geral a igreja está em frente ou seria a praça em frente à igreja? Tai, uma ótima pergunta e motivo para pesquisa. E quanto menor o município, mais vida se percebe; são cães, jardineiros, pessoas nos bancos conversando, lendo (de máscaras, alguns), caminhando no sol, vendendo e comprando produtos.
Entre uma dessas passagens, pelo “seja bem-vindo” e “volte sempre”, comentamos sobre a representação dos Portais também em nossas vidas, sendo mais específicos, em nós mesmos. Cada um tem seu portal de entrada/saída. Fazendo uma analogia, uns são mais coloridos, agitados; outros neutros, tranquilos; num formato flexível, outros resistente. Com frases amistosas, como um convite a conhecer, ficar; às vezes com um “proibido a entrada”. Portais humanos que fazem história no contexto; cativam, causam desejo de ficar, vontade de voltar.
Como visitantes, também temos formatos de portais, em vários lugares que passamos, natural, né? E a estrada favorece reflexões (auto pensamentos), momentos mágicos de viajar fora do asfalto. Eis que essa constatação gerou uma pergunta pessoal: temos dado atenção aos nossos portais? Cuidado e renovado nosso cartão de visita? 
Pode parecer literalmente uma viagem =pensamos que não= e depois de um bom papo, cheio de argumentos, encantamentos e risadas seguimos viagem. Mais uma vez com a sensação de termos adquiridos, tomado posse de novas coisas; levado algo desses locais e ter deixado um pouco de nós. Afinal, embora haja outros retornos, nunca seremos os mesmos, jamais será igual.  Até um dia!

Cândida Carpena é uma autora gaúcha, de Pelotas, moradora de Brasília - DF. Produz textos do gênero crônicas. Além de ser super leitora, percebe as palavras muito além da etimologia e da morfologia. E experiencia o poder agregador, no cotidiano, das diversas formas de comunicação. A temática de seus escritos autorais está em um outro olhar, em outras percepções e vivências, do real que inspira. Idealizadora do projeto “Live Cândida C. Cronista” no Instagram e Facebook, busca a interação entre pessoas e a literatura, autores e escritores independentes. Propõe temas relacionados com escrita, leitura, gêneros literários, comunicação, educação, cidadania, artes, cultura e sociedade.

 

CONTATOS:

E-mail: cscarpena45@gmail.com

Facebook: Cândida Carpena 

Instagram: @candida.carpena 

 

JOSENILDA OLIVEIRA

 


 *O ROSEIRAL*

Era uma vez um roseiral que brotava sempre rosas lindas, delicadas e perfumadas.
Sua proprietária, Dona Augusta, cotidianamente descia ao jardim onde estavam plantados vários tipos de flores, inclusive aquela roseira.
Todas às vezes ao descer ao jardim ela a regava, e na maioria das vezes tirava as folhas murchas e secas. Enquanto regava, ela passava alguns momentos conversando com a roseira elogiando e falando da sua importância.
Em outro momento a mulher podava, colocava fertilizantes e a regava como de costume.
Num certo dia a mulher resolveu vender a propriedade para um amigo, Seu Ferdinandes, e o mesmo encantara-se com a formosura das rosas que brotava daquele roseiral. 
Enfim, aquele homem  comprou. Era ele o novo dono agora!
Quando descia ao jardim ficava maravilhado com o roseiral.
E dizia ele:
Que lindas! Como são perfumadas! Que delicadas! 
No decorrer do tempo aquele homem sempre cuidando, regando, conversando e a roseira mostrava-se com uma beleza extraordinária!  Despertava a curiosidade dos que passavam por aquela região. 
O tempo passou e outra vez a propriedade estava posta a venda. Enfim, surgiu um novo dono para aquele lugar. Era a vez de Alberto, o Alberto Teixeira da Cunha.
Tudo foi mudando aos poucos. O novo proprietário dizia amar aquelas rosas, no entanto, sequer descia ao jardim para tratá-lo.
Certo dia decidiu descer e tamanha foi a sua surpresa!
Ficou muito irritado e esbravejava:
Quando comprei esse lugar falaram-me tão bem desse jardim, mas, principalmente desse roseiral! Disseram-me ser encantador e que desse roseiral brotava rosas lindas e perfumadas! A roseira está murchando!  Já não brota mais rosas e as poucas que brotam já não exalam perfume e nem se vê mais a sua beleza!
Acho que fui lesado! O que houve com o jardim? Estou furioso! Irei desfazer o negócio! Que propaganda enganosa! 
Repentinamente quando Alberto olha,  das pétalas das rosas começou a cair gotas de lágrimas, mesmo assim, ele não entendeu o que de fato estava acontecendo naquele momento. 
Então a roseira muito triste murmurou:
-Você gosta das minhas rosas, curte o meu perfume?
-E o homem respondeu:
-Sim. Gosto muito! Sinto falta da sua beleza, do seu perfume.
E a roseira perguntou:
-Então, porque não cuida de mim?
E ele desapontado respondeu:
-Cuidar de você? Retrucou o homem.
A roseira falou:
Sim. Não percebes que estou faminta, sedenta, doente e solitária? Onde está a sua sensibilidade?
-Alberto, responde indignado:
-Não entendi.
-E a roseira respondeu:
-Necessito de água, de fertilizantes. Preciso que podem os meus galhos e ainda de alguém que fale com carinho provando que se importa comigo!
Aquele homem baixou a cabeça muitíssimo arrependido, envergonhado e começou a chorar. Ele refletia sobre tudo o que havia acontecido.
A partir daquele episódio todos os dias ele descia ao jardim, cuidava do roseiral e nunca mais a roseira deixou de brotar suas lindas e perfumadas rosas. 
Reflita esse texto, pois assim é a vida, assim são as pessoas,  assim são os bons sentimentos. Se cuidar floresce, caso contrário simplesmente morre! E para ressuscitar pensa na trabalheira que dá, e isso quando se consegue essa proeza! 
Em qualquer tipo de relacionamento, o cuidado recíproco,  é tudo!
São os fertilizantes,  é a água, é a podagem, é aquela conversa, é aquele carinho...
Coisas tão simples que alguém jura ser meramente desnecessária. 
O mostrar que se importa com o outro é bem melhor do que um tardio arrependimento!
Quando alguém prova que se importa conosco não temos dúvidas de que verdadeiramente somos amados!
 

Autora: Josenilda Oliveira.

Josenilda Severina Teles de Oliveira (JOSENILDA OLIVEIRA), nascida em 02/02/1976 na cidade Pombos-PE. Professora, graduada em Letras pela UNIVISA, antiga FAINTVISA- Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão. Pós graduanda em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.  COAUTORA na Coletânea ENCANTOS da LUA e COAUTORA confirmada na Coletânea ELAS SÃO FLORES.

AGENDA DE LIVES

 

·      FIQUEM LIGADOS NAS LIVES DE ABRIL DA PARCERIA JORNAL ESCRITORES DA SERRA E EDITORA RIO DE FLORES.






MATÉRIAS ESPECIAIS RIO DE FLORES

 


Josimar Campos nasceu em 24 de janeiro de 1986, natural de Ji-Paraná, Estado de Rondônia, atualmente vive em Guajará Mirim, RO.

Desde cedo sempre foi apaixonado por literatura, porém, apenas em 2018, quando participou de uma Antologia Nacional, que teve a oportunidade de lançar seu primeiro livro INSPIRAÇÃO DE UM RONDONIENSE. Logo depois, participou em jornais e antologias, lançando REFLEXOS DE POESIAS em 2021.

Em 2022, A AMBIÇÃO, em cordel, disponível apenas no Wattpad.  Seu trabalho recente é na Antologia Poética Encantos da Lua.

A SAGA DOS SUMÉRIOS

A Saga dos Sumérios - Temporada II - Episódio III

Enki, Enlil e Ninmah - Um triângulo amoroso nascido de um decreto do rei...

Enlil, o senhor do comando e da guerra. Ninurta, filho de Enlil e senhor dos combates. Ninmah, a deusa da cura. Enki, o senhor da Terra e criador do homem e Marduk, filho de Enki e senhor da Babilônia

Novos heróis, como assim denominavam os manuscritos do Sumérios, chegavam à Terra, dividindo-se entre a região do Edin (Segundo os estudos dos textos Sumérios, Edin foi a região ou local onde possivelmente existiu o bíblico e afrodisíaco “Jardins do Eden”, local onde permaneceram após “criados Adão e Eva”. Mais adiante, na sequência dos episódios, Edin será mais detalhado) e Abzu, a região onde se extraia o ouro da terra localizada ao sul do continente africano. Enquanto isso Enlil seguia com seus planos de habitar a Terra, construindo as cidades de Laarsa, Lagash e fundando em definitivo a cidade de Shurubak para sua amada e amante Ninmah.

Shurubak, atual Tel Fara, foi uma cidade da Suméria situada ao sul de Nipur, nas margens do Eufrates, na atual província de Cadésia, no Iraque. Escavações no sítio revelaram indícios de uma grande inundação cerca de 2 750 a.C

Em Shurubak, Ninmah montou um verdadeiro exército de curadoras composto por mulheres jovens que haviam desembarcado na Terra juntamente com ela. A principal função dessas jovens cientistas médicas era de cuidar para que os Annunakis suportassem as diferenças entre as atmosferas e outras condições do Planeta Vermelho e a Terra.

Em Nibru-ki, uma espécie de cidade quartel general, Enlil agrupava equipamentos e outros criando o que viria a ser chamado de Enlace Céu-Terra onde dali comandaria todas as missões, tanto especiais como em solo terrestre. Por outro lado, Enki seguia com suas viagens de fiscalização e organização entre Eridu (a primeira cidade edificada na Terra) e Abzu (local de extração de ouro). Em Lahmu (Marte), as construções da “Estação de Caminho”, a cada dia tomava formas, principalmente após a chegada de mais “heróis” para tocar as obras.

Dois Shars (7.200 anos na Terra/02 anos no Planeta Vermelho) haviam se passado quando uma nova ordem do Soberano Anu fez-se ouvir. Aqui na Terra era o sétimo dia (domingo), o dia de descanso instituído por Enki logo após ter erigido a cidade de Eridu. Em Lahmu, no Edin, em Abzu e nas cidades já construídas, reuniam-se todos os Annunakis para ouvir a voz de seu Soberano transmitidas direto de seu trono no Planeta Vermelho. Ninmah juntamente com Enlil e suas jovens médicas no Edin. Alalgar, senhor de Eridu. Abgal, comandante do lugar de aterrissagem e braço direito de Enlil. Enki com seu vizir Isimud, Nungal, seu piloto e todos seus operários em Abzu. Anzu e todos seus comandados aguardavam pelas palavras do rei Anu em Lahmu. Mais de seiscentos seres espalhados na Terra e trezentos Marte (Lahmu), esperavam pelas palavras de seu rei.

E assim pronunciou-se Anu: “... Heróis, vocês são os salvadores de Nibiru! A sorte de todos está em suas mãos! Seus feitos serão recordados por todo a eternidade, serão chamados por nomes gloriosos. Os que estão na Terra serão conhecidos como Annunakis, os que vieram do Céu à Terra! Os que estão em Lahmu (Marte) serão nomeados Igigi, os que observam e vêm serão! Tudo o que é necessário está pronto: Que comece a chegar o ouro, que se salve Nibiru!...” (O livro perdido de Enki/pág. 95/Zecharia Sitchin).

Primeiramente, deve-se observar nesta passagem dos manuscritos dos Sumérios o poder tecnológico dos Annunakis nesta verdadeira operação de comunicação entre três planetas: Nibiru (O Planeta Vermelho), Lahmu (Marte) e a Terra em dois continentes diferentes e em várias regiões e cidades. Fato acontecido a mais de 300.000 anos atrás, no negrume passado da Terra. Fantástico!

Bom. Continuando os relatos e conhecendo a preocupação do Soberano Anu com seus filhos nascidos de mulheres diferente. Sabendo da grande inimizade entre Enki, o bastardo e Enlil, filho nobre e ainda do triângulo amoroso entre os dois filhos e de Ninmah, sua filha. Anu temia que as operações de mineração e comando dos demais fosse por água abaixo. A rivalidade nascida em Nibiru, certamente traria muitos problemas para o Planeta Vermelho e sua atmosfera doente. No ouro extraído da Terra, estava baseada a cura para a fenda aberta por vários quilômetros na atmosfera do Planeta Vermelho. Ele sabia que teria que amenizar o que ele mesmo havia plantado entre seus próprios filhas e filhas. Mas, com a continuidade dos episódios da Saga dos Sumérios, vocês verão que o planeta que vai sofrer com a inimizade entre Enki e Enlil, não será o Planeta Vermelho e sim a Terra.

Pois bem. Para que se entenda o que originou esta rivalidade entre os clãs ou famílias de Enki e Enlil, vou coloca-los cientes desta história contada pelos Sumérios.

Os relatos de Enki, Enlil e Ninmah

Os três líderes (Enki, Enlil e Ninmah), como já informado acima, eram descendentes de Anu com mães diferentes. Enki era o primogênito, nascido do relacionamento de Anu com uma concubina serviçal da corte do rei. Enlil era filho de Anu com Antu, sua esposa oficial. Sendo assim, Enlil era o herdeiro legal. E Ninmah seguia a mesma linha, ou seja, era filha de Anu com outra concubina, escolhida a esmo em meio a população do Planeta Vermelho. Era a primogênita de Anu, isto ficara evidente devido ao seu nome-título Ninmah e tornando-se assim em meia-irmã dos meios irmãos Enki e Enlil. Doideira? Vem mais por aí minha gente!

Ea, nome de Enki em seu planeta, fora escolhido por Anu para se casar com Ninmah, tornando um possível filho dos dois em herdeiro legal segundo as leis de matrimonio e sucessão de Nibiru. Mas, porém, todavia, Ninmah estava apaixonada por Enlil que na época se tornara um elegante comandante militar e de grande poder de comando. Apaixonada, deixou seduzir por r Enlil e deste rápido relacionamento, nasceu Ninurta. Enfurecido com o que para ele era uma traição dos filhos, Anu proibi por decreto real que Ninmah se casasse com quem quer que fosse. O apaixonado Ea/Enki, diante dos fatos consumados, desconsidera o decreto do pai quanto ao casamento com Ninmah, a prometida e casa-se com a princesa Damkina que viria a ser filha do rei deposto por Anu chamado Alalu. Desta união nasceu Marduk (que significava “O nascido em lugar puro”).

Enlil não tinha filho por matrimônio oficial, não era casado ou se quer tinha uma companheiraa seu lado. Foi na Terra e não em Nibiru que Enlil, após violação de direitos da mulher, encontra sua companheira. Sua história (como não poderia deixar de ser, principalmente, por sua vocação enrijecida agregando fatores de comando militar e violência), além da violação citada acima, junta-se a condenação e pena de exílionuma região inóspita localizada em um dos continentes que na época existiam na Terra. Porém esta história, prezados leitores, vocês conhecerão no próximo episódio (IV) da Saga dos Sumérios.

Fontes:

O Livro Perdido de Enki – Zecharia Sitchin

O Livro perdido de Enki, O 12º Planeta – Zecharia Sitchin

Deuses, Túmulos e Sábios - C.W. Ceran

Ramayana e Mahabharata - Willian Buck

A Bíblia Sagrada - Tradução: João Ferreira de Almeida - SBB - 2ª Edição - 1998


RENATO GALVÃO 

@renato.galvão.925


O TEMA É CULTURA



Um frenesi cultural

As primeiras décadas do século XX no Brasil foram marcadas por certa efervescência cultural. No Rio de Janeiro, viveu-se uma espécie de transplantação da BèlleÈpoque francesa e um dos artistas mais conhecidos foi João do Rio, jornalista, escritor, ele pode ser caracterizado como um cronista da cidade.
João do Rio, no livro “A alma encantadora das ruas”, apresenta-nos um pequeno quadro, carregado em tintas, da sociedade carioca, suas ruas, seus bordéis, a prostituição, o homossexualismo, as tabernas, as cercanias do porto.
Por outro lado, existia um Rio de Janeiro que organizava grandes espetáculos, recebia companhias de teatro europeu, shows musicais e os próprios artistas nacionais eram incentivados, inclusive financeiramente, para que montassem seus espetáculos. No entanto, o público era diminuto e, em duas ou três semanas, todas as famílias abastadas do Rio de Janeiro já haviam assistido à peça em cartaz, o que obrigava que, em ritmo frenético, novas peças teatrais estreassem em continuidade.


Descaracterizadas, mantendo o roteiro básico, que, aos poucos, ia sendo adaptado; com a redução do grupo de artistas, afinal, os principais atores permaneciam no Rio de Janeiro, ensaiando e encenando novas peças; diminuindo o aparato cênico para que se facilitasse o transporte nas precárias estradas da época, essas peças e os seus responsáveis saíam a excursionar pelo país. Porém, quanto mais distantes do centro do país ou das grandes cidades/capitais, mais se empobrecia o cenário, mudava o elenco, de tal forma que nos mais diversos rincões do país, quem, efetivamente, levou notícias da cultura pátria ou de adaptações de textos teatrais estrangeiros foram as companhias itinerantes.
Neste sentido, é preciso reconhecer os seus esforços: dos pequenos circos excursionando pelo país, que, em seu início, muitas vezes, ofereciam o picadeiro para salão de baile, inexistente nas comunidades; dos teatros mambembes que levavam ao conhecimento da população interiorana nomes como Shakespeare, Alexandre Dumas, Amaral Gurgel, que, naqueles tempos, em que o rádio “engatinhava” entre nós, talvez demorassem décadas para chegar ao conhecimento do público. A exemplo do Teatro Serelepe, objeto da minha tese de doutorado, eles movimentavam o comércio local – aluguel de casas para que os artistas residissem, compras de alimentos, abastecimento de um ou dois carros, além do intercâmbio nas escolas, nos jogos de futebol (em geral, os teatros tinham um time de futebol – de campo ou de salão), estabelecendo uma dinâmica única naquelas cidadezinhas sem grandes atrativos culturais.


Imagens: Acervo pessoal

ELAINE DOS SANTOS 
Natural de Restinga Seca/RS. Possui doutorado em Letras (UFSM/2013) com ênfase em Estudos Literários. Foi professora de Língua Espanhola e Literatura. Atuou nos ensinos médio e superior, predominantemente, na disciplina de Literatura.
É revisora de textos acadêmicos (projetos, artigos, dissertações, teses).
Autora do livro Entre lágrimas e risos: as representações do melodrama no teatro itinerante (2019).
Cronista, participa de antologias nacionais e internacionais.
Membro da Alpas 21 Academia Literária de Cruz Alta/RS; da Academia Internacional União Cultural de Taubaté/SP, da Academia Internacional Mulheres de Letras e da Academia Intercontinental Sênior de Literatura e Arte.

 


HISTÓRIA DA PRAÇA XV

Sempre que vou ao Rio de Janeiro, gosto de ir a uma praça chamada Praça XV (Praça 15), por ser um local repleto de historia do período Brasil colônia. Com prédios em sua maioria no estilo neoclássico, a praça sem dúvidas pode ser considerada um dos locais mais importantes da cidade, nela durante vários séculos ocorreram eventos importantes para a história do país e esses acontecimentos refletem no presente da cidade.

              Pintura de Richard Bates – 1808, no destaque Igreja do Carmo

                                     Paço Imperia, Jean-Baptiste Debret

No século XVIII a praça foi chamada de Várzea de Nossa Senhora do Ó, Largo do Terreiro da Polé, Largo do Carmo, Praça do Carmo, Terreiro do Paço e Largo do Paço. Após a Proclamação da República que ocorreu em 15 de novembro de 1889, é que passou a ser chama de Praça XV.
Anteriormente, em 18 de março de 1870, a câmara da cidade decretou que o lugar passaria a se chamar Praça de Dom Pedro II.
Até meados da década de 1770, com a construção do Cais do Valongo, a Praça XV foi o principal ponto de desembarque de escravos africanos na cidade. Depois disso, até o fim dos anos 1800, a Praça recebia a maior parte dos navios de passageiros que chegavam ao Rio de Janeiro.
Outro dado histórico liga a Praça à história da cidade. Em 1834, partiu de lá a primeira navegação a vapor para Niterói. Da mesma Praça XV saiam barcas para vários bairros litorâneos do Rio de Janeiro. Assunto que é debatido por especialistas em transportes atualmente, que acreditam que um aumento no transporte hidroviário poderia melhorar o transito carioca.
Entre outras datas históricas que ocorreram na Praça XV estão o Dia do Fico e a dia em que Princesa Isabel declarou a Lei Áurea, de uma sacada do Paço Imperial, que fica na Praça.
O Paço Imperial foi erguido no local como Palácio dos Governadores e da Casa da Moeda. As obras foram terminadas em 1745, no governo de Gomes Freire de Andrade.
Um dado curioso é que o Paço Imperial foi o primeiro imóvel da cidade do Rio de Janeiro a ter janelas de vidro.

Aquarela de Thomas Ender de 1817 retrata os escravos no entorno do Chafariz, recolhendo água, o cais com assentos e lampiões.

O Chafariz do Mestre Valentim, que foi construído no governo do vice-rei dom Luís de Vasconcelos, inaugurado em 1789, é até hoje um dos símbolos da histórica Praça XV.
A Praça XV também é local de despedidas. Em 1889, com a Proclamação da República do Brasil, uma parte da família imperial partiu para o exílio em um navio que saiu da Praça.

A construção da Avenida Perimetral, que aconteceu na década de 1950, atravessou a Praça XV, ligando a Avenida Presidente Vargas ao Parque Brigadeiro Eduardo Gomes. Há quem defenda que essa obra tirou um pouco o brilho do local. Foto: O Diário do Rio.

Quinze anos depois, em 10 de junho de 1965, foi erguida a estátua equestre do rei dom João VI. Há quem diga que o monumento foi colocado onde Dom João teria desembarcado com a corte real em 1808. No entanto, alguns relatos desmentem essa afirmativa:

 

“DOM JOÃO DESEMBARCOU ONDE HOJE É O ARSENAL DE MARINHA DO RIO, NA BASE DO MORRO DO SÃO BENTO. ISSO ESTÁ MUITO BEM DOCUMENTADO” ESCLARECE MILTON TEIXEIRA.

Shirlei Pinheiro


PROJETO FUNDO DO BAÚ

 




POETA MENINO

Cabeça de poeta,

Bolso de menino.
Um mundo tão grande
Onde as coisas 
Se encontram
Se entrecruzam
Se formam...
O poeta usa 
Os dedos
Uma caneta
Um papel...
O menino olha um
Rabo de rato
João e Maria
Um borralho
Um baralho
Um barulho.
E o menino e o poeta,
Andam juntos na quietude
Da areia da praia,
Sem destino
Sem preocupação...
Naquele caminho sonhar.
Tudo que tem estão ali
Na cabeça e no bolso.
E juntos contam e vêem
Estrelas sem nomes
Gatos nos muros
Vento azul
Uma gaitinha,
Talvez um apito
Lá longe no horizonte.
E no infinito dos pensamentos,
Dos sonhos 
E aventuras
Do menino poeta
Do poeta menino,
São descobertas coisas
Esquecidas
Guardadas
E sem tempo...
E com o menino 
Ao lado, o poeta tem
Coragem de revelar 
Ao seu coração,
Que acredita 
Na magia
No João e Maria
Acredita na poesia...
E acredita, sobretudo
No menino que ainda
Não sabe que tem
Poesias nos bolsos!

Cibeli Rosetti

Cibeli Ana Rosetti, natural de Bauru SP, sempre amou livros, rádio e músicas. Tentou por diversas vezes publicar livros, por Editoras, mas não teve oportunidade.
Cursou a faculdade de Direito e trabalhou como Oficial de Justiça, e deixou um pouco seus escritos guardados, já que era difícil uma editora publicar. Em 2007, reuniu algumas estórias infanto juvenil e publicou um livro independente. Intitulado “A toalha do Lanche e depois tem mais".
Em 2021, entrou para a Editora Rio de Flores, de Renato Galvão, e participou da Coletânea Rio de Flores, com dois textos.
Em 2022, da Coletânea Encantos da Lua, com três textos.
E da Coletânea Elas são Flores, também da Editora Rio de Flores, a sair em breve.
Do projeto Fundo do Baú e do Jornal Escritores da Serra,
Também pertence aos grupos, Proliferando Letras, Ato de Escrever, Escritores de Teresópolis e Escritores da Serra.
Contatos:
Insta : cibeli.ana.3
Email :cibeliana40@gmail.com
Face: Cibeli Ana.



 


sexta-feira, 1 de abril de 2022

EDIÇÃO ABRIL 01

 


EDIÇÃO DIGITAL

 


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SHIRLEI PINHEIRO ENTREVISTA

 

O ENTREVISTADO DESTA EDIÇÃO É TCHELLO d’BARROS

Poeta, roteirista, produtor cultural, curador, artista plástico... Ufa! Será que ainda tem mais algum espaço na carreira artística de Tchello d’Barros? Sim, ele também é fotógrafo, mas no caso de Tchello criar rótulos ou tentar classificar seu trabalho, seria algo digamos... Inútil.
Nascido em Brunópolis (SC) em 1967, morou em 15 cidades, realizou atividades culturais em todos os Estados do Brasil. Mais do que um artista multifacetado, ele é uma mente inquieta, produtiva e sem dúvidas alguém que gosta do que faz, e consequentemente faz muito bem, nos oferecendo o que há de melhor na cultura, com seu trabalho de excelente qualidade.
A seguir, acompanhe a minha entrevista com Tchello d’Barros e conheça mais do seu trabalho.


JORNAL ESCRITORES DA SERRA - Quando e como foi seu início na literatura?

TCHELLO d’BARROS - Gosto de pensar que nunca houve um início, que escrevia ficcional e poeticamente, de forma amadora é claro, desde que aprendi a escrever. Cresci em Santa Catarina e, criança, escrevia argumentos para histórias em quadrinhos ou desenhos animados, declamava na escola, redigia redações que se destacavam, participava de varal de poesia, feirinha de livro na escola, essas coisas. O primeiro poema publiquei mesmo só em 1.993 numa coletânea impressa de poemas e os primeiros contos eram publicados no jornal Diário Catarinense.





JES - Qual a sua formação?

TB - Hoje sou acadêmico numa instituição federal cursando especialização lato sensu em Patrimônio Cultural. Fiz outra em História da Arte e uma graduação em Comunicação Social/Audiovisual. Mas passei alguns períodos em diversas universidades, em cursos de Letras, Artes Visuais e disciplinas em áreas criativas. Cursar (e depois ministrar) dezenas de oficinas, cursos livres e workshops ajudaram nesse mergulho na Literatura, nas artes, na cultura. Intuo que a leitura de mais de mil livros devem ter somado um pouco também. Creio mesmo que nunca estamos formados. Nosso imaginário é uma lapidação contínua...

JES - Você costuma se inspirar em outros autores ou prefere seguir um estilo mais livre?

TB - O maior desafio para qualquer escritor(a) é encontrar uma linguagem original, sua voz literária ou mesmo a pretensão de inovar na linguagem, contribuir para seu idioma, propor novas métricas ou tendências etc. No entanto alguns teóricos consideram que tudo que escrevemos é em certa medida intertextual, relaciona-se com os textos (portanto os autores) que nos precederam. Em meu caso apenas deixo a pena correr solta em pleno fluxo criativo e depois vou lapidando. No quesito estilo talvez seja mais fácil situar minha escrita poética no âmbito da Poesia Experimental (que inclui a Poesia Visual) e na Prosa minha escrita de contos na modalidade do Realismo Fantástico.



JES - Como você se define artisticamente?

TB - Pelo fato de dedicar-me à diversas linguagens, sou frequentemente carimbado de artista multimídia, multilinguagem, multidisciplinar etc. Penso que esse terreno dos rótulos, definições, categorizações e afins devem ser preocupações mais de editores, curadores e pesquisadores. Eu apenas sigo criando, produzindo textos e imagens. Ainda assim, não será demais compartilhar aqui que sinto-me um espírito livre, compartilhando estéticas e poéticas em minha própria contemporaneidade.

JES - Qual o papel do escritor na sociedade atual?

TB - Os artistas das letras, de uma forma geral, não precisam necessariamente cumprir um papel social a partir de sua obra, pois Literatura é Arte e esta não dever ter função alguma, ainda que o resultado sejam as emoções estéticas que qualquer obra provoca. Ainda assim, a História é rica em escritores que influenciaram sociopoliticamente seu tempo e lugar, como Maiakovski, Pound ou Neruda. O compromisso de quem escreve é com as emoções de seus incertos e muitas vezes improváveis leitores. Mas como cidadão, como indivíduo integrante da comunidade, sociedade e humanidade, o papel de qualquer escritor(a) pode ser o mesmo de qualquer pessoa: atuar propositivamente para a melhoria de seu lugar, para os avanços nos direitos humanos em seu país e para a evolução moral da espécie.

JES - Você também é roteirista, fale um pouco sobre esse trabalho.

TB - A escrita de contos (além de outros gêneros e modalidades da Prosa), somada à condição de cinéfilo desde a adolescência, levou-me quase que inexoravelmente a envolver-me em produções audiovisuais diversas, desde Cinema à Videopoesia. É claro que as aulas de Cinema durante a graduação na UFRJ adensaram esse encontro com a arte do roteiro, do argumento, da escrita para ao Audiovisual. Além de ter participado em mais de 40 produções nas mais diversificadas funções, hoje mantenho o projeto Banco de Roteiros, no qual disponibilizo meus roteiros mais recentes para atores, produtores e diretores.




JES - Você foi o idealizador da Intervenção Urbana “Bombardeio Poético” realizado em 1995, conte sobre esse projeto e como foi a reação das pessoas em uma época em que a cultura não era tão abrangente.

TB - Naquele período pré-internet as ações culturais não alcançavam a visibilidade possível nos dias de hoje. Ocorreu que nessa altura eu participava de Performances, Instalações e Intervenções, enquanto que no paralelo eu praticava paraquedismo na germânica cidade catarinense de Blumenau. Assim, coincidindo que naquele ano seria o cinquentenário das bombas atômicas, mandei imprimir mil poemas com mensagens de paz, em folhas dobradas em formato de aviãozinho de papel, e desde um Teco-Teco, “bombardeei” a cidade nesse manifesto pela paz. A ação foi capa do principal jornal daquele Estado e até hoje, várias pessoas guardam com carinho os aviõezinhos que pegaram no dia dessa inesquecível Intervenção.

 

JES - Você é um artista multimídia, de todas as vertentes artísticas que trabalha, qual a que mais gosta, ou que mais se identifica?

TB - Já tive essa preocupação mais no início da carreira. Me perguntava(m) qual a linguagem dominante em meu trabalho. Depois, as identificações aconteciam por fases, pois eventualmente passava um semestre preparando obras para uma mostra de pintura, ou escrevendo um novo livro. Logo, tudo começou a se cruzar, me envolvendo em vários projetos ao mesmo tempo. Por fim, tendo textos publicados em mais de cem coletâneas, antologias e didáticos, após ter obras visuais em mais de 170 exposições em 20 países, me parece que a resposta para essa questão deva ficar mais com o público mesmo, com quem tem contato com as criações, sejam textuais, visuais ou cinemáticas.

JES - Você foi presidente da Sociedade Escritores de Blumenau, qual a importância de uma entidade como essa em um país que não valoriza a cultura?

TB - Ao longo de uma carreira com mais de duas décadas e meia, participei desta e de muitas outras instituições culturais independentes, pois sempre houve e ainda há uma postura militante no sentido de que a cultura, seja local ou nacional alcance o valor e reconhecimento que merece. Nas 15 cidades em que morei – tendo visitado todos os Estados do Brasil – percebi que o associativismo artístico, com seus coletivos, entidades, academias locais, sindicatos etc existem para cumprir as lacunas deixadas pelas instâncias do poder instituído, cujas políticas públicas para a Cultura não só deixam a desejar como refletem o nível cultural de nossos (des)governantes de forma geral. Artistas que se agregam, unem esforços e geram propostas, têm mais força na hora de exigir ações concretas para o desenvolvimento da cultural em sua cidade, em seu país.

JES - Qual a mensagem que você deixa para aqueles que querem ingressar na vida literária?

TB - Que desistam desse mero sonho e vão procurar algo útil para fazer. Seu desejo por aplauso, fama passageira ou dinheiro fácil sequer justifica as árvores derrubadas para as páginas de seu suposto necessário livro. Se ainda assim, permanecer esse formigamento por escrever e publicar desista novamente e torne-se um bom leitor, alguém que ama profundamente a arte literária e tenha sempre em mãos os melhores livros. Mas digamos que a teimosia da pessoa seja assim implacável, dessas irredutíveis mesmo, aí então a pessoa que se responsabilize por um mergulho profundo nas densas águas da Literatura, numa dedicação intensa na arte da escrita de forma a dar propósito à sua vida, numa vivência transcendente cujo amor pelas letras resulte em obras que farão a diferença na vida de seus leitores. 


JES - Tem algum projeto em mente?

TB - Nessa altura da carreira estou sempre envolvido em diversos projetos, sendo que alguns se hibridizam e entrecruzam. No momento venho transformando meus 7 livros de poemas (esgotados na versão impressa) em e-books e para breve sairá meu primeiro livro de contos. Quanto à escrita em si, venho há mais de um ano me debatendo no desafio de escrever um romance baseado nos anos em que vivi na Amazônia.

JES - Tchello d'Barros por Tchello d'Barros

TB - Um prestidigitador polissêmico à serviço de enlevos, estesias e alumbramentos.

Perguntas rápidas:

Livro favorito?

“Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift

Filme favorito?

“O Livro de Cabeceira” (The Pillow Book) com direção de Peter Greenaway

Atores favoritos?

Sônia Braga e Paulo Autran (In Memoriam)

 

Autor favorito?

Jorge Luís Borges

Escreva abaixo um trecho de algum livro seu.

 

DESATAR A LINHA DO HORIZONTE

Tchello d’Barros

            Atravessou desertos, florestas, cordilheiras e oceanos. Visitou terras inexploradas, países longínquos e conheceu povos exóticos. Conversou com sábios, religiosos e políticos. Amou belas mulheres, viveu experiências transcendentes em aventuras insólitas. Queria conhecer o sentido da vida. Finalmente, chega ao oráculo. Ao adentrar o templo, seduzido pelas oraculinas, entra em estado de transe, sem saber se sonha ou se está em vigília. Tenta meditar sobre seu destino, indaga sobre o sentido da vida, vaticina sobre os caminhos a seguir nesse mundo. De olhos semicerrados, acredita ouvir a voz tonitruante do oráculo:

Ser o demiurgo de um sonho metafísico numa sanha idiossincrática, sincrética, em sinas de acasos e insanos ocasos de êxtases. Desenhar um signo, uma esfinge estática, estética, cujos olhos desatam a linha do horizonte entre mantras e tantras. Viajar por territórios fugazes em trânsito entre o inusitado e o insólito, riscando a abóbada celeste nas asas do sublime. Guardar na mão direita, nomes de potestades, e na esquerda a chave das comportas do tempo. No lado escuro da lua, um quasar pulsante ilumina a passagem de internos cometas feéricos, cujas iridescências rutilantes revelam musas oníricas que celebram núpcias no palco de um teatro diáfano, ora sacro, ora profano. Trazer no semblante, mandalas quânticas, em olhos que se fecham para poder ver as auroras edênicas. Na voz, jaz uma espada flamígera, grito em lume de neon, raio de aura púrpura, hálito de tântalo e saliva de cicuta. Nas veias, ferver uma torrente violácea, âmago de magma rubro, caudal de labareda ígnea em ascese de volúpias e olores de âmbar. Por ofício, fruir um horizonte diáfano, sem totens de jade ou alabastro, mas erigir um labirinto de epifanias, com pétalas das letras com as quais se constrói templos de enlevos, pontes de estesias e umbrais de alumbramentos. E assim, bendizer os romeiros, caminhantes e andarilhos que surgem no périplo, contemplar as paisagens ao longo do caminho e colher como flores os sorrisos ao longo da jornada.

Sem a certeza de ter havido um templo, as oraculinas ou mesmo algum oráculo, mas com a mensagem ainda ecoando na alma, desperta aos poucos, prostrado numa jangada, que ruma lentamente para a foz. Um tanto aturdido ainda, levanta os olhos e percebe a luz do poente, assim como a brisa tépida que acaricia sua pele e rememora tempos distantes, antigos amores e terras familiares. Enquanto o disco solar mergulha lentamente por detrás da linha do horizonte, decide não retornar para sua terra de origem, apenas seguir adiante. A verdadeira peregrinação está apenas começando...




IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL