sexta-feira, 15 de abril de 2022

CANDIDA CARPENA

 


Portais das cidades

 

Uns coloridos, outros brancos; de metal, madeira, concreto; com formas geométricas, símbolo ou nome do lugar. Avistamos os portais das cidades durante todo o percurso na estrada, é raro não ter. Alguns são como um convite a passar por ali e nem sempre conseguimos aceitar, embora a vontade esteja presente. Viajantes com prazo de validade tem dessas coisas, porém temos uma lista de desejos para breve.
Há ocasiões em que atravessamos os portais. Aliás, ocorre seguido e nesses locais pensamos ser necessários uns 3 dias para conhecer e participar do viver desses lugares. Sempre paramos em praças, em geral a igreja está em frente ou seria a praça em frente à igreja? Tai, uma ótima pergunta e motivo para pesquisa. E quanto menor o município, mais vida se percebe; são cães, jardineiros, pessoas nos bancos conversando, lendo (de máscaras, alguns), caminhando no sol, vendendo e comprando produtos.
Entre uma dessas passagens, pelo “seja bem-vindo” e “volte sempre”, comentamos sobre a representação dos Portais também em nossas vidas, sendo mais específicos, em nós mesmos. Cada um tem seu portal de entrada/saída. Fazendo uma analogia, uns são mais coloridos, agitados; outros neutros, tranquilos; num formato flexível, outros resistente. Com frases amistosas, como um convite a conhecer, ficar; às vezes com um “proibido a entrada”. Portais humanos que fazem história no contexto; cativam, causam desejo de ficar, vontade de voltar.
Como visitantes, também temos formatos de portais, em vários lugares que passamos, natural, né? E a estrada favorece reflexões (auto pensamentos), momentos mágicos de viajar fora do asfalto. Eis que essa constatação gerou uma pergunta pessoal: temos dado atenção aos nossos portais? Cuidado e renovado nosso cartão de visita? 
Pode parecer literalmente uma viagem =pensamos que não= e depois de um bom papo, cheio de argumentos, encantamentos e risadas seguimos viagem. Mais uma vez com a sensação de termos adquiridos, tomado posse de novas coisas; levado algo desses locais e ter deixado um pouco de nós. Afinal, embora haja outros retornos, nunca seremos os mesmos, jamais será igual.  Até um dia!

Cândida Carpena é uma autora gaúcha, de Pelotas, moradora de Brasília - DF. Produz textos do gênero crônicas. Além de ser super leitora, percebe as palavras muito além da etimologia e da morfologia. E experiencia o poder agregador, no cotidiano, das diversas formas de comunicação. A temática de seus escritos autorais está em um outro olhar, em outras percepções e vivências, do real que inspira. Idealizadora do projeto “Live Cândida C. Cronista” no Instagram e Facebook, busca a interação entre pessoas e a literatura, autores e escritores independentes. Propõe temas relacionados com escrita, leitura, gêneros literários, comunicação, educação, cidadania, artes, cultura e sociedade.

 

CONTATOS:

E-mail: cscarpena45@gmail.com

Facebook: Cândida Carpena 

Instagram: @candida.carpena 

 

Um comentário: