sexta-feira, 15 de abril de 2022

JOSENILDA OLIVEIRA

 


 *O ROSEIRAL*

Era uma vez um roseiral que brotava sempre rosas lindas, delicadas e perfumadas.
Sua proprietária, Dona Augusta, cotidianamente descia ao jardim onde estavam plantados vários tipos de flores, inclusive aquela roseira.
Todas às vezes ao descer ao jardim ela a regava, e na maioria das vezes tirava as folhas murchas e secas. Enquanto regava, ela passava alguns momentos conversando com a roseira elogiando e falando da sua importância.
Em outro momento a mulher podava, colocava fertilizantes e a regava como de costume.
Num certo dia a mulher resolveu vender a propriedade para um amigo, Seu Ferdinandes, e o mesmo encantara-se com a formosura das rosas que brotava daquele roseiral. 
Enfim, aquele homem  comprou. Era ele o novo dono agora!
Quando descia ao jardim ficava maravilhado com o roseiral.
E dizia ele:
Que lindas! Como são perfumadas! Que delicadas! 
No decorrer do tempo aquele homem sempre cuidando, regando, conversando e a roseira mostrava-se com uma beleza extraordinária!  Despertava a curiosidade dos que passavam por aquela região. 
O tempo passou e outra vez a propriedade estava posta a venda. Enfim, surgiu um novo dono para aquele lugar. Era a vez de Alberto, o Alberto Teixeira da Cunha.
Tudo foi mudando aos poucos. O novo proprietário dizia amar aquelas rosas, no entanto, sequer descia ao jardim para tratá-lo.
Certo dia decidiu descer e tamanha foi a sua surpresa!
Ficou muito irritado e esbravejava:
Quando comprei esse lugar falaram-me tão bem desse jardim, mas, principalmente desse roseiral! Disseram-me ser encantador e que desse roseiral brotava rosas lindas e perfumadas! A roseira está murchando!  Já não brota mais rosas e as poucas que brotam já não exalam perfume e nem se vê mais a sua beleza!
Acho que fui lesado! O que houve com o jardim? Estou furioso! Irei desfazer o negócio! Que propaganda enganosa! 
Repentinamente quando Alberto olha,  das pétalas das rosas começou a cair gotas de lágrimas, mesmo assim, ele não entendeu o que de fato estava acontecendo naquele momento. 
Então a roseira muito triste murmurou:
-Você gosta das minhas rosas, curte o meu perfume?
-E o homem respondeu:
-Sim. Gosto muito! Sinto falta da sua beleza, do seu perfume.
E a roseira perguntou:
-Então, porque não cuida de mim?
E ele desapontado respondeu:
-Cuidar de você? Retrucou o homem.
A roseira falou:
Sim. Não percebes que estou faminta, sedenta, doente e solitária? Onde está a sua sensibilidade?
-Alberto, responde indignado:
-Não entendi.
-E a roseira respondeu:
-Necessito de água, de fertilizantes. Preciso que podem os meus galhos e ainda de alguém que fale com carinho provando que se importa comigo!
Aquele homem baixou a cabeça muitíssimo arrependido, envergonhado e começou a chorar. Ele refletia sobre tudo o que havia acontecido.
A partir daquele episódio todos os dias ele descia ao jardim, cuidava do roseiral e nunca mais a roseira deixou de brotar suas lindas e perfumadas rosas. 
Reflita esse texto, pois assim é a vida, assim são as pessoas,  assim são os bons sentimentos. Se cuidar floresce, caso contrário simplesmente morre! E para ressuscitar pensa na trabalheira que dá, e isso quando se consegue essa proeza! 
Em qualquer tipo de relacionamento, o cuidado recíproco,  é tudo!
São os fertilizantes,  é a água, é a podagem, é aquela conversa, é aquele carinho...
Coisas tão simples que alguém jura ser meramente desnecessária. 
O mostrar que se importa com o outro é bem melhor do que um tardio arrependimento!
Quando alguém prova que se importa conosco não temos dúvidas de que verdadeiramente somos amados!
 

Autora: Josenilda Oliveira.

Josenilda Severina Teles de Oliveira (JOSENILDA OLIVEIRA), nascida em 02/02/1976 na cidade Pombos-PE. Professora, graduada em Letras pela UNIVISA, antiga FAINTVISA- Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão. Pós graduanda em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.  COAUTORA na Coletânea ENCANTOS da LUA e COAUTORA confirmada na Coletânea ELAS SÃO FLORES.

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