ESPAÇO DO LEITOR

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Alethea Silveira
Fluir no tempo
 




Compreender a vida,
Ir além.
Entender o passado,
Permitir o presente,
Futuro incerto
Que eu aguardo
Sem atraso.
Dentro de mim,
Descompasso,
Apenas o existir
Para fluir no tempo;
Desconhecido espaço...

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       Cibeli Rosetti 

MIRAGEM
O deserto não tem cor.
A miragem não tem cor.
A fonte não tem cor.
E o homem que peregrina
Na areia sem fim,
Trava a batalha
Com a sede,
Com o ar frio da noite,
E com o sol trazendo o calor.
Carregando o cansaço,
Nas mãos sem forças,
Nos pés calejados,
E em seu rosto cansado...
Mas ele caminha trôpego
Na areia,
E "vê" a água dominar a dor,
E segue a trilha ao inesperado.
Mas de repente
O seu caminho acaba,
Suas últimas forças acabam,
Sua cor também acaba
E se confundem com 
A areia,
Se mistura ao deserto
E lentamente a 
Batalha cessa.
O homem descansa
Da sua agonia.
Tudo agora é só areia,
E sua paz é
Um silêncio branco.
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Ela se prometeu

Zaré Mendes 
 

Begônia acordou decidida. Na noite anterior, prometera para si mesma que, no fim desemana, não. Na semana, tudo bem. Mas, nos fins de semana, não. Não mais. Queria ter pelo menos esse sossego em sua vida. Não iria nem pensar. E, se o pensamento chegasse, poderia ser qual fosse, o expulsaria, com certeza.
Sabia que seria difícil de cumprir. Por isso mesmo, ela se prometeu prometer a ela mesma várias vezes até que tivesse certeza daquela íntima promessa e de seu cumprimento.
E, assim, acordou decidida, alerta e preparada. Tinha feito uma promessa. E prometera cumprir. E não podia decepcionar a si mesma.
Estava confiante. Afinal, ela dera sua palavra.
As ideias não se demoraram. Begônia já esperta expulsava todos os pensamentos. Até os mais brilhantes. Sabia que precisava resistir. Quando menos esperava, surgia outro e outro. Cada um mais surpreendente.
Seu dia foi sem paz. Sempre com a guarda levantada. Impedindo-a de cair em tentação.
No fim da tarde, já cansada de lutar, não resistiu à ideia de escrever sobre sua luta em barrar a escrita.
Pelo menos, nos fins de semana

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Ao Deus dos Cristãos, de Dionísio e Afrodite

Vinícius Pacheco



 

 Ela é santa

Ela é profana

Me arrebata à lucidez insana

Leite e mel divinos

Que com o badalar dos sinos

Transformam essa rendição em veneno.

Levando-me ao fim terreno

Que me entrega à própria sorte

Que tem gosto de vinho forte

Que tem sabor quebradiço.

Que encanta o doce noviço

Que o faz sair de sua vida casta

Levando à doce maldição,

Nas mais suaves mãos.

Não que lhe tocam

Levando ao patamar eterno,

Que tramita entre o Céu e o Inferno, ao Olimpo e à Hades.

 (Vinícius Pacheco, 2006)

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2 comentários:

  1. Linda cibeli querida poetisa muito sublime e de paz amor e carinho parabéns que seus sonhos projetos sempre ilumine sua vida

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