sexta-feira, 15 de abril de 2022

 


HISTÓRIA DA PRAÇA XV

Sempre que vou ao Rio de Janeiro, gosto de ir a uma praça chamada Praça XV (Praça 15), por ser um local repleto de historia do período Brasil colônia. Com prédios em sua maioria no estilo neoclássico, a praça sem dúvidas pode ser considerada um dos locais mais importantes da cidade, nela durante vários séculos ocorreram eventos importantes para a história do país e esses acontecimentos refletem no presente da cidade.

              Pintura de Richard Bates – 1808, no destaque Igreja do Carmo

                                     Paço Imperia, Jean-Baptiste Debret

No século XVIII a praça foi chamada de Várzea de Nossa Senhora do Ó, Largo do Terreiro da Polé, Largo do Carmo, Praça do Carmo, Terreiro do Paço e Largo do Paço. Após a Proclamação da República que ocorreu em 15 de novembro de 1889, é que passou a ser chama de Praça XV.
Anteriormente, em 18 de março de 1870, a câmara da cidade decretou que o lugar passaria a se chamar Praça de Dom Pedro II.
Até meados da década de 1770, com a construção do Cais do Valongo, a Praça XV foi o principal ponto de desembarque de escravos africanos na cidade. Depois disso, até o fim dos anos 1800, a Praça recebia a maior parte dos navios de passageiros que chegavam ao Rio de Janeiro.
Outro dado histórico liga a Praça à história da cidade. Em 1834, partiu de lá a primeira navegação a vapor para Niterói. Da mesma Praça XV saiam barcas para vários bairros litorâneos do Rio de Janeiro. Assunto que é debatido por especialistas em transportes atualmente, que acreditam que um aumento no transporte hidroviário poderia melhorar o transito carioca.
Entre outras datas históricas que ocorreram na Praça XV estão o Dia do Fico e a dia em que Princesa Isabel declarou a Lei Áurea, de uma sacada do Paço Imperial, que fica na Praça.
O Paço Imperial foi erguido no local como Palácio dos Governadores e da Casa da Moeda. As obras foram terminadas em 1745, no governo de Gomes Freire de Andrade.
Um dado curioso é que o Paço Imperial foi o primeiro imóvel da cidade do Rio de Janeiro a ter janelas de vidro.

Aquarela de Thomas Ender de 1817 retrata os escravos no entorno do Chafariz, recolhendo água, o cais com assentos e lampiões.

O Chafariz do Mestre Valentim, que foi construído no governo do vice-rei dom Luís de Vasconcelos, inaugurado em 1789, é até hoje um dos símbolos da histórica Praça XV.
A Praça XV também é local de despedidas. Em 1889, com a Proclamação da República do Brasil, uma parte da família imperial partiu para o exílio em um navio que saiu da Praça.

A construção da Avenida Perimetral, que aconteceu na década de 1950, atravessou a Praça XV, ligando a Avenida Presidente Vargas ao Parque Brigadeiro Eduardo Gomes. Há quem defenda que essa obra tirou um pouco o brilho do local. Foto: O Diário do Rio.

Quinze anos depois, em 10 de junho de 1965, foi erguida a estátua equestre do rei dom João VI. Há quem diga que o monumento foi colocado onde Dom João teria desembarcado com a corte real em 1808. No entanto, alguns relatos desmentem essa afirmativa:

 

“DOM JOÃO DESEMBARCOU ONDE HOJE É O ARSENAL DE MARINHA DO RIO, NA BASE DO MORRO DO SÃO BENTO. ISSO ESTÁ MUITO BEM DOCUMENTADO” ESCLARECE MILTON TEIXEIRA.

Shirlei Pinheiro


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