Uma das escritoras mais importantes do Brasil ganhou no dia 25 de fevereiro de 2021 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro o título doutor Honoris Causa. Nascida em Sacramento, Minas Gerais em 1914, mudou-se para São Paulo em 1937 depois da morte da mãe, em 1947 instalou-se na extinta favela do Canindé onde construiu sua casa com restos de material que encontrava, começou assim a escrever sobre o cotidiano das comunidades com cadernos que encontrava no lixo. Um desses cadernos, um diário que começou em 1955 deu origem a seu livro mais famoso, Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, que foi publicado pelo jornal A Noite em 1960.
Desde sua publicação, a obra vendeu mais de um milhão de exemplares e foi traduzida para catorze línguas, tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos no exterior. Após o lançamento, seguiram-se três edições, com um total de cem mil exemplares vendidos, tradução para treze idiomas e publicados em mais de quarenta países.
Carolina nunca quis se casar e teve três filhos, morreu em fevereiro de 1977, aos 62 anos, de insuficiência respiratória. Outras seis obras foram publicadas após sua morte, compiladas a partir dos cadernos e materiais deixados pela autora. A honraria Honoris Causa, que significa “por causa de honra”, é concedida independentemente da instrução educacional a quem se destacou por suas virtudes, méritos ou atitudes. O agraciado passa a desfrutar dos mesmos privilégios daqueles que concluíram um doutorado acadêmico convencional. No Brasil, cada instituição de ensino superior define pelo regimento interno quem receberá o título, tendo sido a UFRJ uma das primeiras instituições a concedê-lo, em 1921.
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