A entrevistada da edição de junho é Rozz Messias, Professora, pedagoga, poetisa e autora. Premiada no Concurso literário Colombo contando histórias, participa das antologias Doçaria cristal, Poesia sem fronteiras, Miscelânea Poética Brasileira, Versos e inversos, Contos Sombrios, Jardim, Prenúncio do medo, Atmosfera fantasma, Contos de Farsa, Fadas teleféricas, Gotas de inverno, entre outras.
Jornal Escritores da Serra: Quando e como foi seu início na literatura?
Rozz Messias: Escrevo poesia desde os quinze anos, mas foi em 2018 que comecei a participar de concursos literários e antologias. Aconteceu com uma mudança não esperada no trabalho, eu trabalhava manhã, tarde, noite e finais de semana. Quando fui dispensada da função procurei algo para ocupar o tempo livre (não sabia o que fazer) e retomei a escrita de poesia. Daí para escrever contos e livros foi um pulinho.
JES: Quais são seus gêneros literários?
RM: Comecei escrevendo um pouco de tudo, até para descobrir meu lugar na literatura. E descobri: sou poeta e sempre serei, não importa qual estilo de poesia escreva, gosto de todos e a cada dia tento um diferente como exercício de escrita. Já escrevi cordel e sonetos, mas não me identifico muito com métrica, gosto mais de poesia livre. Nessas experiências literárias me apaixonei por tautogramas, aldravias e poetrix. Agora partirei para camaquiano e spina. Também escrevo poesia soturna/gótica. Sou apaixonada pela escrita do gênero infantil, tenho dois livros infantis publicados e outros tantos aguardando a vez. Em prosa comecei com suspense e mergulhei no terror. Escrevo um pouco de fantasia e romance e até arrisquei contos de ficção científica. Um dos meus temas preferidos para escrita de contos, são lendas, mitologia e seres fantásticos.
JES: De onde busca inspiração para seus textos?
RM:Qualquer acontecimento serve de inspiração para escrita: outras leituras, filmes, séries, acontecimentos cotidianos, questões sociais. Até mesmo uma frase ou uma palavra que leio ou ouço, uma imagem ou música.
JES: Na sua opinião, o que falta para a cultura no país?
RM: Reconhecimento da sua importância para o ser humano, investimento, apoio. Atores, pintores, músicos, escritores e afins são vistos como rebeldes, pessoas que “não querem trabalhar”. Somos desvalorizados, considerados doutrinadores, más influências. O mesmo acontece com a educação, nossa sociedade não valoriza o professor, o filósofo, o cientista. Há pequenos esforços em direção contrária, mas acabam perdidos em meio a falta de quase tudo. Destaco aqui a questão do acesso das pessoas às Artes, boa música, livros, educação de qualidade, tecnologia. Tudo gira em torno de uma minoria que nem sempre dá a importância necessária ao que tem disponível.
JES: Como tem sido sua rotina literária durante a pandemia do Coronavírus?
RM: Tenho escrito bem mais do que antes, talvez como forma de alívio dessa tensão pela qual estamos passando. Em trabalho remoto consegui conciliar muitas produções pessoais, organizações e participações em antologias. Projetos antigos foram retomados e surgiram alguns novos. Só não consegui escrever nada sobre a pandemia, quem sabe quando tudo isso passar eu consiga colocar as emoções no papel.
JES: Quais são seus planos para quando a pandemia passar?
RM: Jogar fora as máscaras e retornar aos passeios e viagens programados. Não sou uma pessoa muito sociável, então aglomeração nunca foi uma necessidade. Mas poder sair de casa “em segurança” tem me feito falta.
JES: Você é bem ativa na organização de antologias, tem ideia de quantas organizou?
RM: Estou na segunda trilogia de lendas pelo mundo, livro quatro e serão mais dois ainda esse ano. Em poesia são seis: Idílico concílio, Poemas e contos extraordinários, Gratidão, Alegria, Olhar Feminino (três volumes), (IN)Sensíveis Sentimentos (dois volumes). Estou na número 11: Ressignificâncias. Isso em 2020 e 2021.
JES: Qual mensagem passaria para quem quer iniciar na literatura?
RM: Que vale a pena, é um universo único e cheio de maravilhas. É por meio da literatura que as dificuldades desse mundo se tornam mais leves. Aconselho que os novos autores pesquisem muito, conversem com outros autores, façam parcerias. Não há como ser um autor solitário, precisamos de apoio e divulgação.
Perguntas rápidas:
Livro favorito? A Bíblia
Filme favorito? Coração Valente
Ator ou atriz favoritos? Viola Davis
Autor favorito? Rubem Alves
Escreva abaixo um trecho de algum livro. Pode ser seu livro.
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Desnuda - Rozz Messias
Teu olhar desnudou meus medos
Descobriu meus segredos
Viu além do meu olhar
O calor de tuas mãos
Derreteu minhas defesas
Geladas muralhas levantadas
Que sucumbiram diante do teu amar
Fui descoberta, desperta
Em meio ao teu querer
Entreguei-me, fiz-me prisioneira
Atada, vencida, não mais alerta
Então meu corpo foi teu
Cada ínfimo pedaço
Escravo dos teus laços e abraços
Dominada por teus beijos
Tornei-me apenas desejo
Tua voz fez-me demente
Tornou-me quente, ausente de razão
Tudo virou loucura, paixão crua
Pura emoção
Agora sou navegante,
Flutuo errante
Nesse mar de sensação
Procuro a cada instante
Teu olhar vigilante
Para de novo estar desnuda
Despida, derretida
Sob o calor de tuas mãos...
Publicação autorizada.
Prazer em ler você . Ana Mendes
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