Concluiu o ginásio em 1914, curso no qual se interessa por História, Geografia e Etnologia, temas que marcariam sua carreira fotográfica no futuro.
Durante a primeira guerra mundial (1914-1918), começou com a prática da fotografia lutando nas fileiras da liga Áustro-Húngara, produzindo imagens das regiões russas e turcas. Em março de 1921, desembarcou no porto do Rio de Janeiro.
Entre 1921 e 1924, começou sua trajetória fotográfica no Brasil, como fotógrafo itinerante, percorreu cidades do estado do Rio de Janeiro. Durante esse período escreveu matérias jornalísticas para o jornal Austríaco Salzburger Volksblatt sobre sua passagem pela região serrana do estado.
Baldi trabalhou como secretário e fotógrafo particular do príncipe D. Pedro de Orleans e Bragança, neto de Pedro II na casa imperial em Petrópolis, o acompanhando em viagens por todo o Brasil. Em 1928 retornou a Europa com D. Pedro, realizando palestras ilustradas sobre sua experiência no Brasil.
Visitou o norte da África em 1932, em uma expedição do Museu de História Natural de Salzburg produzindo uma série de fotografias sobre as regiões colonizadas pela Itália. Em 1934 Mario Baldi passa a viver definitivamente no Brasil, e em 1938 é contratato para o corpo jornalístico do jornal A Noite, no Rio de Janeiro. No mesmo ano cobriu as filmagens da cineasta Doralice Avellar entre os índios Carajá.
Baldi aproximava-se cada vez mais da fotografia etnolográfica, destacando seu trabalho com Lincoln de Souza, jornalista que se interessava pelas questões étnicas e de diversidade cultural do Brasil. Como repórter-fotógrafo assinou algumas matérias sobre as incursões das "missões pacificadoras" em territórios indígenas.
Viajou para estados do norte brasileiro como fotógrafo enviado pelo Ministério de Educação e Saúde em 1940 para produzir fotografias para uma publicação de fôlego sobre os 10 anos do governo de Getúlio Vargas, denominada " A Obra Getuliana".No ano de 1947, Baldi e sua esposa Emmy, com quem havia se casado em sua última passagem pela Europa, mudaram-se para Teresópolis. Na residência do casal, funcionava uma pensão que Emmy administrava, Baldi montou seu laboratório e passou também a prestar serviços fotográficos à sociedade teresopolitana, fotografando formaturas e eventos políticos. Participou dos festivais culturais da Pro-Arte como fotógrafo e professor de fotografia.
Publicou seu livro "Uoni-Uoni conta sua história" em 1950, uma obra que conta algumas experiências do autor junto aos índios Carajá, com uma versão alemã de 1952, 'Uoni-Uoni" é uma composição de texto e imagem narrada por uma criança indígena.
Nos anos 50 havia deixado o jornal A Noite e se transferido para os Diários Associados, porém permaneceu ali por pouco tempo, continuou a publicar seus materiais em revistas como Manchete e outras europeias com as quais ainda mantinha contato. Em 1955, casou-se pela segunda vez com a holandesa Ruth Yvonne Fimmen. Em 1956 fez a fotografia do filme Il Segreto della Sierra Dourada, do diretor italiano Pino Belli, que se passa entre índios brasileiros.
Em 1957, durante uma viajem à região dos índios Tapirapé em Mato Grosso, Ruth foi morta por uma picada de cobra e, na tarde do mesmo dia , Mario Baldi sofreu um ataque cardíaco, vindo a falecer. Foram enterrados na aldeia. Em 1961, uma fotografia da sepultura do casal foi feita pelo amigo Rubens Stückenbruck.
Fotografia documentalCampo de atuação:
Fotografia etnográfica
Fotojornalismo
Trajetória fotográfica
Liga Austro-Húngara (primeira guerra mundial)
D. Pedro de Orleans e Bragança (neto de D.Pedro II)
Museu de História Natural de Salzburg (Áustria)
Missão Salesiana no Brasil (Mato Grosso)
Jornal A Noite (Rio de Janeiro)
Ministério de Educação e Saúde (Era Vargas)
Serviço de Proteção ao Índio (SPI)
Força Aérea Brasileira (FAB)
Fundação Brasil Cantral (FBC)
Fonte de pesquisa: Dicionário Histórico-Biográfico dos fotógrafos e da fotografia no Brasil
Imagens: Revista Ueg/ O índio na fotografia brasileira
Shirlei Pinheiro
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