quarta-feira, 1 de setembro de 2021

AUTOR DO MÊS

 


Emerson Alexandre Vaz de Lima

 

Engenheiro por profissão e escritor por paixão.
Natural de Araras/SP, começou a escrever somente aos 46 anos, como uma forma de terapia. Possui hoje cerca de 100 textos entre contos, crônicas e poesias, com os quais pretende lançar um livro em breve, tendo sua receita revertida a uma instituição de caridade da cidade de Indaiatuba/SP, onde reside hoje. Recentemente fez parte da antologia “As Quatro Estações” com sua poesia de mesmo nome, sendo esse o primeiro texto publicado em um livro físico.  É o autor e gestor de uma página no Facebook chamada “Pensamentos, Elementos e Sentimentos”(@PoesiasByEmersonLima), onde compartilha parte de sua obra.

Saudade daquele sonho


Hoje acordei com saudade.

Saudade daquele sonho.

Senti saudade de acordar abraçado a você, enquanto ainda dormia na nossa pousada favorita. Deixei uma flor de cerejeira sobre o criado-mudo, um mimo para quando acordasse e sentisse minha falta.

Preparei um café da manhã especial, com as coisas que mais gosta e outras que ainda nem conhecia. Enquanto se deliciava, eu olhava apaixonado, admirando tudo em você.

Senti saudade de quando estava na cozinha preparando o risoto que havia pedido, você chegou e me abraçou. Senti o calor do seu corpo nas minhas costas, aquela sensação que aquece a alma e faz disparar o coração.

Parei o que estava fazendo e ficamos de frente um para o outro. Seus olhos brilhavam como nunca. Um giro rápido e estava encostada no balcão, com aquele sorriso lindo que só você sabe dar.

Senti saudade dos momentos naquele castelo, lá no alto da montanha. Lembro bem da sua silhueta entre as cortinas, seu cabelo caindo sobre os ombros até quase a cintura. Registrei aquele momento em um retrato, verdadeira obra de arte.

E quando meus lábios se aproximaram do seu ouvido, comecei a cantar baixinho nossa música. Senti o arrepio em seus braços, você me apertou mais forte e, devagar, deitamos no tapete em frente à janela envidraçada.

Senti saudade das fotografias que você tirava enquanto eu dirigia, rumo àquela pousada pé na areia. Da janela do quarto, contemplamos o vai-e-vem do mar. O vento, que soprava forte no rosto e junto com o barulho das ondas formavam a mais linda canção.

À noite caminhamos pela orla, tendo apenas a Lua como testemunha, na mesma praia onde escrevi um poema. Falávamos dos planos, das próximas viagens. Entre um riso e outro, um beijo roubado.

Senti saudade de tomar um café, comer um pão de queijo com doce leite. Os sabores eram deliciosos complementos, porque na verdade tudo o que eu queria era sentir o gostinho da sua boca na minha.

Chegava a hora de se despedir.Você pulava sobre mim, ali, no banco do motorista e me abraçava forte. O espaço era apertado, mas nada se comparava ao aperto no peito quando te via descendo do carro e entrar na sua casa.

Por um breve momento o coração parava de bater ao ver a luz se apagar.

Agora o sol brilha forte lá fora. Horas, minutos e segundos parecem uma eternidade.

Não vejo a hora de chegar o fim do dia, dormir e viver tudo aquilo novamente.

Acordar no amanhã e mais uma vez sentir saudade.
Saudade daquele sonho.

FOTO: Arquivo pessoal
Publicação autorizada.



2 comentários:

  1. Mais que merecido.
    Uma alma poetica, sensível, um olhar terno voltado para as coisas simples que a vida oferece todos os dias e que so quem tem o coração e alma abertos pro verdadeiro amor é capaz de enxergar e, acima de tudo, expor.
    Parabéns Amor! Me sinto ainda mais orgulhosa de você!

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  2. Parabéns! Que venham mais produções poéticas, pois começou muito bem.

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