sábado, 2 de outubro de 2021
NATÁLIA TAMARA.
“A Matriarca de Toda Manifestação Cultural”
Considerando que a Literatura é uma manifestação artística humana, entende-se então que suas ramificações permeiam de forma objetiva e subjetiva toda uma unidade “signica” representativa, que compreende desde um individuo, grupo, comunidade, até o conceito de sociedade.
A Literatura nos oferece um saboroso banquete, põe à nossa frente uma mesa audaciosa, que nos remete a cores e sabores, levando-nos a sensações extraordinárias. Tal gula quando saciada deixa o ser humano em sério perigo de adquirir uma doença rara, denominada de “senso crítico”. Segundo Todorov em Literatura em Perigo “Assim como a filosofia e as ciências humanas, a literatura é pensamento e conhecimento do mundo psíquico e social em que vivemos” (2009-p. 77); compreende-se então que a Literatura não diz respeito apenas a um mero componente curricular do ensino médio, ela vai muito além do que sua nomenclatura pode contemplar.
A Literatura esteve na Taverna com Álvares de Azevedo e os seus, esteve no Navio Negreiro, bradou no peito do poeta dos escravos, dançou ofegante a valsa de Casimiro de Abreu, chorou a solitude de Florbela Espanca, conheceu a intimidade de Cecília Meireles, olhou pela fechadura da dúvida a traição de Capitu. Degustou com Dionísio/Baco os melhores vinhos, amou e morreu nos braços apaixonados de Shakespeare, e, modesta que é, fingiu ser quem não é pelos olhos de Fernando Pessoa, carregando nas costas todo o sentimento do mundo, que já não cabia mais no peito de Drummond.
A literatura está nos bares, nas calçadas do dia-a-dia, está nos lares, no beijo dos enamorados, está na poesia marginal de Sérgio Vaz, se mostra esplendorosa na escultura “escriturária” do mestre Olavo Bilac. Podemos evidenciar esta postulação em O Demônio da Teoria de Compagnon, onde o autor expõe: “No sentido restrito, a (Literatura, fronteira entre o literário e o não literário) varia consideravelmente segundo as épocas e as culturas” (199-p. 30).
A senhora Literatura, outrora vista apenas como fonte de deleite, por vezes sacramentada no papel de instruir o leitor, tem por sua verdade um poder moral perante a sociedade. Compagnon vem reafirmar tal conceito em Literatura Para Quê? – “Uma segunda definição do poder da literatura, surgida com o Século das Luzes e aprofundada pelo romantismo, faz dela não mais um meio de instruir deleitando, mas um remédio. Ela liberta o individuo de sua sujeição às autoridades, pensavam os filósofos; ela o cura, em particular, do obscurantismo religioso. A literatura instrumento de justiça e de tolerância, e a literatura (leitura), experiência de autonomia contribuem para liberdade e para responsabilidade do individuo” (2009-pp.33,34).
Contudo, é de extrema naturalidade que a visibilidade de literatura esteja atrelada a todos os moldes de uma sociedade; interligada diretamente com o campo artístico e cultural. Desta forma podemos conceber a Literatura como a Matriarca de todas as manifestações culturais.
(Natália Tamara)
Natália Tamara Cerqueira da Silva, Graduanda em Letras/Literaturas (UNEB). Ativista cultural. Roteirista. Membro de algumas Arcádias Literárias. Organizadora e Coautora de Coletâneas/Antologias. Membro-Fundadora do Grupo de teatro Cultura em Movimento. Membro do Grupo de Pesquisa em Linguagem, Estudos Culturais e Formação do/a Leitor/a - (LEFOR). Coordenadora do projeto Bardos Baianos – Território Sisal. Detentora de alguns títulos, e prêmios literários. Atuou como Coordenadora de Cultura da Cidade de Saúde/BA.
Publicação autorizada.
Lançamento Coletânea Palavra em Ação.
Aconteceu no dia 18 de Setembro de 2021, em Teresópolis/ RJ, o lançamento da coletânea Palavra em Ação da qual faço parte. Foi um evento onde pudemos nos reunir presencialmente com outros escritores que só se conheciam virtualmente e ocorrendo também de forma híbrida, online com autores de outras cidades. A Toca da Ciência foi o local escolhido para o lançamento, onde tivemos uma pequena mas importante apresentação sobre a vida das Araras, vale a pena a visita a este lugar.
Com apresentações musicais e um sarau tornando a noite mais especial, comemoramos esse tão aguardado evento. Palavra em Ação conta com a participação de talentosos autores e para mim tem um valor especial pois me permitiu entrar no universo da poesia, conhecer pessoas especiais e ter minha obra presente entre tantas outras riquezas poéticas. Nesta noite pude receber meu exemplar e meu certificado de participação.
Vem aí a segunda edição da coletânea Palavra em ação, quem tiver interesse em adquirir a coletânea ou participar da segunda edição é só entrar em contato com os organizadores:
Renato Galvão https://web.facebook.com/renato.galvao.925
Gustavo Lucena https://web.facebook.com/gustavo.lucena.754
Claudia Coelho https://web.facebook.com/claudia.coelho.35380
Com os organizadores da coletânea, Renato Galvão, Claudia Coelho e Gustavo Lucena
ESTANTE!
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Quer ter seu livro na nossa estante, entre em contato pelo e-mail
jornalescritoresdaserra@gmail.com
sexta-feira, 1 de outubro de 2021
AUTOR DO MÊS!
A autora do mês de Outubro é Rozana Gastaldi Cominal, de
Hortolândia -SP. Poeta e professora. Formada em
Letras, ministra oficinas culturais e pedagógicas e faz revisão de
textos.Eu vejo. Eu vivo. Ufa! Respiro.
E não piro. Suspiro!Ver e sentir o outro. Ações imprevistas. Correr os riscos.
O que move o hoje? O desejo, o sonho por uma sociedade instrumentalizada que
refaça a ordem necessária diminuindo as desigualdades sociais. Que o respeito
mútuo seja a base do diálogo e que venham sororidade e poesia na ordem do dia.
Publicação de poemas em
redes sociais, revistas literárias digitais, e-books e livros físicos. Em
destaque: Quarentena poética(2020), 1ª Coletânea de Poesia do
Mulherio dasLetras na Lua, Enluaradas I, Mulheres Maravilhosas I e
II, As 4 Estações, Sinergia, Permita-se Florescer,
A poesia não é inofensiva, Um dólar por dose, Nascer pela segunda vez,
Coletânea A obra de Maria Valéria Rezende – Resenhas e variações (2021).
Facebook: https://www.facebook.com/rozana.cominal
Instagram: https://www.instagram.com/rozanagastaldi/
RENASCER
Rozana
Gastaldi Cominal
Quero acreditar que amanhã será um novo dia
mesmo
sob o olhar vago do outono temporão.
Que
venha a mansidão tomar conta
do
verde sem cor após o verão abrasador!
Quero
acreditar que amanhã será um novo dia
por
mais que as tempestades de inverno
esgarcem
a minha silhueta frágil
de
mulher-árvore.
Sinto
a densa seiva a me alimentar
e
as verdes-folhas-selvagens-homem
a
brotar!
Quero
acreditar que amanhã será um novo dia
mesmo
me sentindo tão só,
mesmo
sabendo o quanto a incompletude
me
domina, mesmo que
as
verdes-folhas-selvagens-homem
me
deixem temporariamente nua,
pois,
sob o concreto da selva de pedra,
as
fortes raízes da mulher-mansa-árvore
anunciam
que
a primavera é tão certa
quanto o vento
que sopra!
Poema que integra a antologia poética “As 4 Estações”, organizada por Fernando Raine e Shirlei Pinheiro.
PAPIRO
Rozana Gastaldi Cominal
suspiro, desviro
Poema que faz parte da antologia poética “Permita-se Florescer”, organizada por Bibiana Danna. Disponível também no canal do Toma Aí Um Poema: https://www.youtube.com/watch?v=X6Ujw-nwe7Q
EM
TEMPO DE GUERRA
EM
TEMPO DE PAZ
destros e sinistros
nem sempre perfeitos em
todos os compromissos
há tolerância para os
casos omissos
Rozana Gastaldi Cominal
Poemas que compõem a tertúlia poética “Quarentena Poética”, organizada por Nirlei Maria Oliveira.
HISTORIOGRAFIA
Por Alessandro Silva
Portugal - uma das nações mais atrasadas da Europa em inícios do século XIX – encontrava- se frequentemente diante da possibilidade concreta, estimulada e aconselhada por muitos a ter a sede de seu governo transferida para o Brasil, colônia da qual se tornara totalmente dependente. A cada crise no Continente Europeu a ideia se renova, mas somente a partir dos ecos da Revolução Francesa, mais particularmente em seu período Napoleônico, a ideia ganhou força e premência. Com maior vigor a partir de 1801 a ideia frequentemente era cogitada. No entanto o Príncipe Regente D. João era fraco demais, inclusive, temeroso demais e indeciso demais para adotar medida de tão graves monta e repercussão.
Somente quando pressionado pelo avanço das tropas napoleônicas do General Junot, em fins de 1807 e pressionado pela Inglaterra, a decisão foi tomada de maneira tão apressada e atabalhoada que muitos bens dos fugitivos para o Brasil ficaram empilhados no cais: bagagem, livros da Real Biblioteca, prataria saqueada de igrejas, etc. Além disso, as embarcações vieram todas apinhadas de gente, sem os cuidados técnicos necessários a uma tão longa travessia (levaria cerca de 3 meses para atravessar o Atlântico nas rústicas naus da época): pelo menos dois navios sequer conseguiram zarpar e o suprimento dos que zarparam no dia 29 de novembro de 1807 mal eram suficientes para 2 ou 3 semanas. Foi sem dúvida uma fuga apressada e decidida às pressas e, sem a escolta britânica a prover quase tudo o que faltava, a viagem estaria fadada a uma tragédia.
Enfrentando as saunas em que os navios selados da época se transformavam nos Trópicos, com água e refeições racionadas, condições sanitárias precaríssimas, a Corte e seus inúmeros lacaios e bajuladores, de ministros a clérigos e oportunistas com suas numerosas famílias, penou três meses de céu e mar. O escorbuto (falta de vitamina C) e outras moléstias ceifaram vidas, uma infestação de piolhos obrigou a todos a raspar a cabeça, uma tormenta provocou um desvio de rota que a muito custo foi retificada, sempre com o apoio logístico da Marinha Britânica, e finalmente, a 22 de janeiro de 1808 os navios aportaram em Salvador.
Um fato curioso é que a princesa Carlota Joaquina, suas filhas e damas da corte desembarcaram com uns turbantes rústicos enrolados na cabeça para disfarçar a calva a que foram reduzidas pela infestação de piolhos. As damas da sociedade soteropolitana consideraram ser aquela uma moda europeia e aderiram com tal entusiasmo que até hoje as Baianas usam a indumentária.
A escala em Salvador proporcionou momentos de repouso após viagem tão longa e penosa e, aconselhado pelos seus ministros, D. João decidiu receber autoridades do Norte- Nordeste Brasileiro para as esquisitas cerimônias de "beijão-mão": filas de fidalgos,
esperando a vez para oscular as extremidades dos braços do Príncipe Regente, uma constante na vida de D. João, que exigia estas demonstrações de fidelidade e submissão com regularidade enquanto governou. Era preciso fortalecer os vínculos entre as províncias do Brasil colônia que, aos poucos, viria a se transformar numa nação, sede do governo português no exílio.
No dia 7 de março de 1808 a esquadra de D. João chega à Baía de Guanabara, mas o desembarque ocorre somente no dia seguinte. Os puxa-sacos que sempre cercam esse tipo de acontecimento no Brasil prepararam uma recepção retumbante, com muitos tiros de canhão, fogos de artifício e festas populares para saudar "a chegada do primeiro monarca Europeu a terras americanas".
Portugal foi saqueada pelos fugitivos de Napoleão antes de embarcar para o Brasil, mas mesmo assim os recursos eram insuficientes para sustentar uma das maiores cortes que qualquer monarca da época ousava manter em torno de si. Todos dependentes dos cofres governamentais e sequiosos de um enriquecimento rápido por aqui para uma volta a Portugal à primeira oportunidade. Casas foram requisitadas pela coroa portuguesa que nelas colava cartazes com as iniciais P.R. (casa requisitada pelo Príncipe Regente) que a irreverência carioca rapidamente entendeu como "Ponha-se na Rua!" Os impostos foram aumentados a níveis até então inusitados.
Uma vez que a sede do governo português situava-se no Rio de Janeiro, foram necessárias algumas medidas, muitas das quais expressamente acertadas com a Inglaterra pela "cortesia" da escolta, progressistas para a época, como a Abertura dos Portos às Nações Amigas, pelo acordo acertado com antecedência, o Brasil seria o principal escoadouro do excedente comercial britânico e a Inglaterra contava com benefícios alfandegários ainda superiores aos dos portugueses.
Foi necessário ainda criar um órgão para evidenciar a moeda que circularia por aqui, o Banco do Brasil. Como foi criado na base do compadrio e muita corrupção, teve vida efêmera. Em 1820 teve seus cofres saqueados pela Família Real de volta para Portugal, faliu e acabou sendo liquidado em 1829. Somente em 1835, já no governo de D. Pedro II o Banco do Brasil foi recriado. Como a oposição ao governo era um crime gravíssimo, o único jornal com alguma postura críticas que, mais tarde, contudo, precisou ceder ao governo português, era o Correio Braziliense, que Hipólito da Costa editava em Londres.
Com todas as fraquezas, todo o medo e covardia, além de toda a corrupção que cercou a fuga da Família Real para o Brasil, devemos o princípio de nossa emancipação política ( vulgarmente conhecida como "Independência") a este episódio, a esta travessia de 1808.Através de brutais repressões e da concentração autocrática o Brasil, ex- colônia portuguesa, manteve sua integridade territorial, linguística e, em alguns aspectos "cultural", ao contrário do Império Colonial Espanhol que se fragmentou em dezenas de Nações distintas.
Os únicos problemas armados envolvendo o episódio conhecido como "Independência", o 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro rompeu com as cortes portuguesas, foram de alguns portugueses e brasileiros nativos que se rebelaram contra a autonomia desejosos de continuar mamando nas tetas de Portugal. Estes foram repelidos, novamente, com a ajuda de mercenários ingleses contratados pois nossa Marinha estava ainda em projeto.
De mais a mais, como Portugal devia 2 milhões de libras esterlinas à Inglaterra, para reconhecer a autoridade de D. Pedro I sobre o Brasil a ex-metrópole exigiu o repasse da dívida para a nova Nação Brasileira, dando o pontapé inicial em nossa interminável dívida externa.
Publicação autorizada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RUSSEL-WOOD, A. J. R.. Centros e periferias no mundo luso-brasileiro,1500-1808. Rev. bras. Hist. [online]. 1998, vol.18, n.36, pp. 187- 2 5 0 . I S S N 1 8 0 6 - 9 3 4 7 .
h t t p : / / d x . d o i . o r g / 1 0 . 1 5 9 0 / S 0 1 0 2 -
01881998000200010.
Alessandro Lopes Silva, natural de Teresópolis/RJ. Graduado em História pela Universidade Norte do Paraná, é membro da Academia de Letras do Brasil-Teresópolis. Autor de vários artigos é do livro "Contos do interior lendas do Brasil". Colunista da REVISTA DE HISTÓRIA AMNÉSIA há sete anos já participou de várias antologias entre elas coletânea 50 vozes do Brasil 1,2,3.
AGENDA!
PROGRAMAÇÃO CULTURAL DO MÊS DE OUTUBRO.
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