“Roda o tempo e passa Maria”
Letras ao vento, afazeres do cotidiano,
Maria não ler, Maria não escreve.
O vento sopra, Maria roda
A roda viva das gerações ocultas.
A cada batida, a cada “socada”
A natalidade prolifera...
Os anos envelhecem a esperança
Que um dia esteve no olhar de Maria!
Os filhos, a aceitação do patriarcado,
Maria não ler, Maria não escreve!
O tempo passa e gira Maria
Na roda morta das ilusões perdidas.
Letras ao vento, calo nas mãos
Quantas Marias rodam na passagem do tempo?
E quantos pilões socados são silenciados pela amargura?
Roda Maria, Marias rodam na ignorância ignóbil,
Do não saber, do não poder, do não conhecer!
(Natália Tamara)
O poema faz uma alusão a uma produção de
Márcio Ramos - Vida Maria, a qual instiga reflexões estilo de vida e o
cotidiano de uma família de “Marias” do sertão cearense brasileiro em que
várias gerações reproduzem um modo de vida marcado por grande escassez, sem que
haja oportunidades de mudanças na vida material, pessoal e profissional, entre
outras problemáticas que envolvem a sociedade como um todo.
Natália Tamara Cerqueira da Silva, Graduanda em Letras/Literaturas (UNEB). Técnica em Segurança do Trabalho (FIESC-SENAI), Técnica em Administração e Eventos (IFSC). Ativista cultural. Roteirista. Membro de algumas Arcádias Literárias. Organizadora e Coautora de Coletâneas/Antologias.Fundadora do Grupo de teatro Cultura em Movimento. Membro do Grupo de Pesquisa em Linguagem, Estudos Culturais e Formação do/a Leitor/a - (LEFOR). Coordenadora do projeto Bardos Baianos – Território Sisal e Coautora no território Piemonte da Diamantina. Detentora de alguns títulos, e prêmios literários. Atuou como Coordenadora de Cultura da Cidade de Saúde/BA.
Publicação autorizada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário