SAUDADE
Há
cinquenta anos, brincávamos de boneca, de bola de gude, carrinho de madeira,
plástico ou rolimã. O grande barato era ver tv preto e branco, acompanhar as
novelas com as mães, ou durante o dia quando os pais autorizam víamos Nacional
Kid, Ultraman, e uma variedade de desenhos inocentes. Adorava o Pernalonga, o
Super Mouse.
Em
casa vi pela tv a chegada do homem a lua, na tv Telefunkem comprada por meu pai
na loja Sears. Ficava feliz em ganhar uma conga seja da cor que fosse, e calças
Rancheira.
No
final do ano tinha a festa da Fábrica Pirelli, onde meu pai trabalhou por
vários anos. Lembro que quando completei onze anos, na festa de Natal fomos a
um estádio em que havia um ringue de patinação no gelo. Fiquei totalmente
encantada em ver um conto de fadas com príncipe e princesa voando sobre o gelo.
Após
a apresentação tinha a festa, muita comida e bebida, e distribuição de
brinquedos para filhos dos funcionários. Era uma alegria sem fim, recebíamos
bonecas, carrinhos para os meninos, e quando
estavam inspirados nos davam uma sacolinha recheadas de doces.
No
ano seguinte vi que as meninas de 12 anos haviam recebido uma boneca
Amiguinha,
ela dava alguns passos se seguramos as mãozinhas. Fiquei o ano todo esperando
completar os doze anos, eu queria uma Amiguinha.
Fomos a festa desta vez com espetáculo circense.
Não gostei muito sempre tive medo de palhaços. Depois a comilança me deixou menos
infeliz, mas quando começaram a distribuir os presentes, pedi a meu pai para
ficar bem no começo da fila. E o meu primeiro desgosto aconteceu, ganhei uma
caixinha pequena e um pacote de doces. Abri a maior choradeira, agora as
meninas moças e os meninões, ganhavam um relógio de pulso. E no ano seguinte,
não éramos mais crianças
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