Feche os olhos
Imagine a cenaSe você fosse o pai ou a mãe
De uma pequena
12 anos é a idadeMais linda do mundo
Quem é ser humano sabeO quanto isso é profundo
Imagine essa menina
Arrastada de sua casaE por vários homens
Ser estuprada
Meu Deus que agoniaNem dá para aceitar
Quanta covardiaAconteceu naquele lugar
Era para ser assunto nas telas
Polícia de todas as patentes
Caçando os bestas feras
Que mataram essa inocente
Mas infelizmente
Todo esse infameAconteceu longe
Numa Aldeia IanomamiUm espera o outro
investigar
Prefeito para o governoGoverno para presidente
Enquanto isso chora uma Nação inocente
Que só queriam paz naquele lugarMas viu aos poucos os garimpeiros tomarem o seu lar
Desmatando a floresta e matando a vidaComo eles fazem para achar comida?
Um povo acompanhado
Por malária e desnutriçãoCompletamente abandonado
Pelo resto da Nação
A Tupã nos resta implorarQue console aquela Nação
Que a justiça aconteça naquele lugarDessa ninguém escapa não.
JAQUELINE CARDOSO DE CARVALHO (HAYWÃ)Dedicatória
Quero agradecer a um mundo de gente
Pai, Marido, filha, amigos e parentes.
A todos que em mim acreditaram
Aos encantados da família que me inspiraram
Em especial ao Mestre Pelé, meu Supervisor Junior
E meu primo Som Pataxó
Que me inspirou ao dizer... Índio que é índio
Nunca anda só
E a você...
Que vai ler meus versos
Com olhos, alma e coração...
Nasci na cidade de Ribeirão
Pires em 1971 e após a morte da minha mãe quando eu tinha 8 anos fomos morar na
Bahia, vivemos próximos a Fazenda Jaqueira onde morava minha avó e toda a
família do meu pai.
Em 1997 quando o índio Galdino Jesus dos Santos foi assassinado em Brasília queimado num ponto de ônibus, por um grupo de garotos de classe média alta causando comoção nacional, toda a família se reencontrou novamente. Na família não se falava sobre “índios” e não gostavam da associação ao nome, devido a terem sido expulsos das terras por fazendeiros e temerem sofrer represálias.
O nosso povo Pataxó hãhãhãe, é formados por uma mistura de povos indígenas de 6 etnias indígenas ocupando 54 mil hectares de terras indígenas em municípios diferentes como, Pau Brasil, Itaju do Colônia e Camacan. Somos em 1600 famílias cerca de 4500 pessoas entre jovens adultos crianças e anciões.
Quero agradecer a um mundo de gente
Pai, Marido, filha, amigos e parentes.
A todos que em mim acreditaram
Aos encantados da família que me inspiraram
Em especial ao Mestre Pelé, meu Supervisor Junior
E meu primo Som Pataxó
Que me inspirou ao dizer... Índio que é índio
Nunca anda só
E a você...
Que vai ler meus versos
Com olhos, alma e coração...
É tudo o que peço.
Em 1997 quando o índio Galdino Jesus dos Santos foi assassinado em Brasília queimado num ponto de ônibus, por um grupo de garotos de classe média alta causando comoção nacional, toda a família se reencontrou novamente. Na família não se falava sobre “índios” e não gostavam da associação ao nome, devido a terem sido expulsos das terras por fazendeiros e temerem sofrer represálias.
O nosso povo Pataxó hãhãhãe, é formados por uma mistura de povos indígenas de 6 etnias indígenas ocupando 54 mil hectares de terras indígenas em municípios diferentes como, Pau Brasil, Itaju do Colônia e Camacan. Somos em 1600 famílias cerca de 4500 pessoas entre jovens adultos crianças e anciões.
Aqui na cidade de
Ribeirão Pires cursei a faculdade de Estudos sociais, Geografia e Pedagogia,me
casei e tenho uma filha de 13 anos, em 2021 fui eleita para fazer parte da
Promoção da Igualdade Racial representando os indígenas dessa cidade onde temos
cerca de 60 pessoas da família PataxóHãHãHãe da etiniaKaririSapuyá e nossa luta
é pelo reconhecimento das autoridades ao nosso povo.
PUBLICAÇÃO AUTORIZADA
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