quarta-feira, 15 de junho de 2022

EDIÇÃO JUNHO 02

 


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A SAGA DOS SUMÉRIOS

 

A Saga dos Sumérios - Temporada II - Episódio V - A Revolta dos IGIGI

Figura 1 Representação Artística de Anzu - Lider dos IGIGI - Foto Reprodução


Qual eram as funções dos 300 Annunakis que construíram em Lahmu (Marte) a chamada “Estação de Passagem”?

Liderados por Anzu, os Igigi tinham a função de reunir todo ouro garimpado em Abzu na plataforma denominada pelos Sumérios com o nome de “Lugar de Aterrissagem”, abastecer as pequenas naves com este ouro, conduzi-lo até Marte e de lá, em grandes naves, entregar o produto do garimpo ao Planeta Vermelho. Eles tinham uma grande importância no transporte da substância que, supostamente, salvaria ou curaria a atmosfera doente de Nibiru. Mas, e de acordo com os registros Sumérios, não eram vistos com importância por Enlil, o “Senhor do Comando”. Enlil já havia dado várias mostras de sua insatisfação quanto a Anzu ser agraciado pelo Rei Anu com o posto de comandante supremo e criador da “Estação de Passagem” em Marte. A situação só não se agravou entre Anzu, seus comandados e Enlil por interferência de Ninmah que o advertiu com a ordem dado pelo Soberano Anu referente ao comando e instalações da “Estação de Passagem”. Inclusive na ocasião, Ninmah o aconselha a não contrariar as ordens de seu pai. 

Tanto Anzu quanto seus comandados observavam a ostentação e a sede de poder de Enki e Enlil na Terra. Ambos construíram moradas suntuosas em Eridu, no E.Din e nas montanhas do Bosque dos Cedros. Enquanto que os Igigi viviam em acomodações simples, em alojamento e eram os responsáveis por enviar o ouro que seria trabalhado em Nibiru e pulverizado na atmosfera. Outro ponto crucial é que nenhum deles podiam trazer suas esposas para Marte e muito menos fazer viagens constantes ao seu planeta natal para visitar parentes. O casamento de Enlil com Sud, a vinda de Damkina, esposa de Enki, a tentativa de Enki em obter um filho herdeiro engravidando sua meia-irmã Ninmah, a chegada dos filhos de Enki e Enlil e o perdão concedido a Enlil pelos “Sete que Julgam”, sem a participação dos Igigi, alimentaram uma revolta que a cada dia, crescia nos sentimentos e ações dos IGIGI. Eram 300 seres insatisfeitos e subjugados.

Os acontecimentos de construções suntuosas como a morada de Enki em Eridu, algo faraônico. Moradas elevadas da terra, acima do solo instalando sua esposa Damkina e seu filho Marduk recém repatriado.  Enlil estabelece na suntuosa cidade Nibru-ki o chamado “Enlace Céu-Terra” sobre uma plataforma que se elevada e podia ser vista a grandes distâncias. De lá, Enlil, tinha o controle de tudo e sua voz podia ser ouvida por toda Terra, Marte e até Nibiru. Seu sistema de rastreamento cobria a tudo e a todos. Um verdadeiro aparato tecnológico equipava sua morada. Enlil era o único detentor do “ME”, uma espécie de bancos de dados que continham registrados, formulas secretas do Sol, da Lua, da Terra e Nibiru. As chamadas “Tabuletas dos Destinos”, algum dispositivo tecnológico destinado a fiscalizar e vigiar as rotas de vindas e idas para fora e dentro da Terra assim como todo o Sistema Solar. Aquele que possuía o controle do “ME” e das “Tabuletas dos Destinos”, tinha o total poder sobre todos, tanto na Terra, quanto em Marte. Controle esse que atingia várias áreas. Da medicina a astrologia, da matemática a agricultura. Tudo devidamente registrado, armazenado, protegido e guardado sob o comando de Enlil.

Enquanto isso os Annunakis comandados trabalhavam duro e sem descanso no E.Din e em Abzu. Os rápidos ciclos da Terra os perturbavam e os adoeciam. Eles se queixavam do trabalho e dos mantimentos recebidos. Do elixir para a cura, recebiam pequenas porções. Em Abzu, muitos tinham que ser retirados após desmaiarem no interior das minas. Aqueles que adoeciam eram repatriados, em seus lugares novas equipes chegavam de Nibiru. Os Igigi em Marte eram os mais ruidosos. Exigiam um lugar de descanso na Terra quando desciam de Lahmu (Marte) à Terra. A situação estava a cada dia mais perigosa para os líderes. Enki e Enlil foram se aconselhar com o pai para saber qual atitude deveria ser tomada. Anu, o rei, os aconselha que eles ouçam e atendam as reivindicações de Anzu. Imediatamente Anzu foi chamado a Terra. Traria as reivindicações de seus comandados e as próprias.

Pois bem, diante de Enki e Enlil, a lista com as reivindicações dos Igigi foi entregue. Talvez para impressionar ou mostrar a grandeza do comando, Enki e Enlil propõe a Anzu que conheça todo o aparato montado para facilitar as ações na operação Terra. E assim disse Enki a Enlil: “... Deixe que Anzu conheça o mecanismo. Eu mostrarei a ele Abzu, revele a ele o Enlace Céu-Terra!”. Mostrando seu descontentamento com o pedido de seu meio-irmão, mesmo assim, Enlil concorda em revelar os segredos de seu comando e das operações. Assim Anzu conheceu Abzu e seus detalhes e operações. Foi conduzido a Nibru-ki e conheceu a “sagrada câmara escura”. Enlil revelou a Anzu o que os Annunakis estavam fazendo nas cinco cidades. No que fora atribuído pelos Sumérios como santuário, Anzu conheceu as Tabuletas dos Destinos, seus segredos e operações de comando. Ainda dentro do santuário, Anzu ouve as promessas de Enlil de que providenciaria local de descanso para os Igigi quando estes descessem até ao Lugar de Aterrissagem para trabalhar. Da boca de Enlil, Anzu ouviu várias promessas, inclusive que cuidaria das reivindicações do grupo com prioridade.

Anzu era um príncipe entre os príncipes, descendente de semente real. Seu coração não aceitava as humilhações porque passara e seus comandados. Ele retorna para o Enlace Céu-Terra com desejo de se apossar do ME e das Tabuletas dos Destinos. Seu objetivo era ascender-se, ter um lugar de destaque na operação Terra, pois também era de linhagem real. Ele entra no templo retira as tabuletas, se apossa do ME e escapa, dirigindo-se rapidamente até a montanha das câmaras espaciais (naves de médio porte). Lá se encontravam centenas de Igigi revoltados esperando Anzu. Aos gritos de “Anzu, o rei da Terra e de Lahmu”, seus comandados o receberam.

Enquanto isso, em Nibru-ki, a luminosidade desvaneceu-se, o zumbido das máquinas ficou mudo. O silêncio tomou conta de todo o lugar, as chamadas fórmulas sagradas haviam sido suspensas. Enlil colérico, emudecera-se de ódio, sentia-se traído, apunhalado pelas costas. Revoltado, agride verbalmente Enki, pois havia sido dele a ideia de fazer Anzu conhecer todo o sistema. Reuniram-se os líderes, os Annunakis que decretavam as “Sortes” e, entrando em contato com o Soberano Anu para se aconselharem, este agravou ainda mais a situação decretando: “... Anzu deve ser detido, as Tabuletas devem voltar para o santuário!”.

O poder de fogo de Anzu e seus comandados era temido então, pois de posse das Tabuletas dos Destinos e do ME, o grupo dos Igigi eram fortes, poderosos, quase imbatíveis. Enki e Enlil perguntavam: “... Quem enfrentará o rebelde? Quem recuperará as Tabuletas?”.

Prezados Leitores. O desenlace, as consequências e o final desta confusão, terão um fim trágico. Porém, no episódio VI da Saga dos Sumérios, informaremos com todos os detalhes. Até lá...

 

 

AGENDA DE LIVES

 




MATÉRIAS ESPECIAIS RIO DE FLORES

 


Cibeli Rosetti (Cibeli Ana Rosetti)

Natural de Bauru SP, sempre amou livros, rádio e músicas. Formada em Direito, trabalhou como Oficial de Justiça. Devido as suas funções profissionais e as dificuldades encontradas para publicar seus textos, a Escritora e Poetisa, preferiu guardar seus textos, esperando uma oportunidade para publicá-los. Em 2007, publicou histórias infanto juvenis, em trabalho independente, com o título "A toalha do Lanche e Depois tem mais". Em 2021 e 2022, participou das Coletâneas Rio de Flores, Encantos da Lua e Elas são flores respectivamente, produzidas pela Rio de Flores Editora. Cibeli Rosetti (nome artístico) participa de vários projetos e grupos literários.

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Odila L. Rubin de Vasconcelos

Nasceu em 06 de fevereiro de 1955 em Caiçara/RS. Última filha de uma família italiana de 10 irmãos, pai Francisco Cesar Rubin e mãe Graciosa Luísa Gardin Rubin. Formada em Magistério e Letras pela URI – Universidade Regional Integrada em Frederico Westphalen. Trabalhadora aposentada da Extensão Rural – Emater/RS-Ascar por 32 anos, atuou em Seberi, Frederico Westphalen, Butiá, Porto Alegre e Triunfo. Foi diretora de Seguridade da FAPERS – Fundação Assistencial e Previdenciária da Extensão Rural no Rio Grande do Sul. Hoje residente em Triunfo/RS, casada com Antônio de Vasconcelos Rocha, mãe de Lourelisa, Jonas e Álvaro. Idealizadora e voluntária da Fundação Cultural Qorpo-Santo. Premiada em várias edições do Concurso de Poesias Reinaldo Leal em Triunfo. Escritora de Esquetes e Peças Teatrais. Atriz amadora. Escritora integrante do Livro Atores Luso-Brasileiros 2020 pela Sala Açoriana de Triunfo, 2022 pela Sala Açoriana de Santo Antônio da Patrulha e pela Sala Açoriana de Mostardas, também
integrante da Coletânea Encantos da Lua/2022, da Editora Rio de Flores/RJ. Conselheira do Conselho Comunitário Consultivo do Polo Petroquímico do Sul. Empresária na nova economia.


PAULO SERGIO CAETANO



Tento esconder minha tristeza,

Ausento-me de tudo e vou pro mar,

As tardes passam lentas e vazias, eu sinto que a saudade não quer deixar,

O tempo passa, vou ficar aqui,

A noite chega devagar, e as ondas continuam a vir bater nas pedras e me distrair, 

Eu não vou chorar,

Eu não vou chorar...

 

 

Tudo agora é  diferente, não vejo mais graça  em quase nada,

Apenas queria estar contigo,

E os meus problemas esquecer,

Queria viver o que sonhamos,

Saudades de tudo o que passamos,

Lembro-me do dia em que você me disse,

Que nada iria nos separar 

Mais ha momentos que a vida te fará sentir,

O quanto é duro ter que seguir,

Ter que aprender a resistir...

 

 

A saudade vem quer machucar,

Meus pensamentos voam para lhe encontrar, é essa distância machuca o meu coração,

Eu sinto uma  vontade de lhe procurar,

Apenas pra dizer que eu te amo,

E sem você não dá mais pra sorriso,

Que sem você eu sempre vou sentir, 

Que é  inútil eu me iludir com alguém,

Tínhamos tanto pra viver, que pena tudo acabou.


Compositor, letrista e escritor. Facebook: Paulo Sergio Caetano Instagram:@paulosergiocaetanovalentim

CANDIDA CARPENA


 

Bom humor contagiante                                                                               

            Não posso afirmar qual sensação foi, não deu tempo. O importante foi o efeito= eu sorri, em meio às compras para o almoço= na casa de amigos. Já comento tudinho, ok?

 Cidade de colonização italiana, na Serra Gaúcha; onde no outono já dá para sentir um ar fresco e o sol passa a ser idolatrado. As ruas em sua maioria são de aclives e, portanto, declives também. Algumas quadras separavam a casa do mercado e em prol do cardápio do dia encarei com gosto, pois a região era plana, ufa!

Como não sei ir direto ao setor que pertence o produto a comprar, sempre dou uma voltinha pelo local. De repente vejo algo interessante, alguma promoção, uma “gulodice”... Com o botão do autocontrole ligado peguei uma cuca de coco, adoro. E rumo ao caixa que percebi ser com fila única, uma só atendente sempre é um gatilho para o pensamento ansioso: será que vai demorar?) e eu de máscara, álcool no bolso e mantendo a distância de outros humanos. Eis o motivo do sorriso citado acima...

Um idoso, com três itens no cesto estaciona atras de mim, com um bom dia simpático e sotaque da região. Inclusive é bom escutar aquele som; tenho ouvido tantos outros nos últimos anos. Eu mesma, ainda tenho um sotaque forte e jeito enfático de falar do gaúcho, portanto sou identificada onde quer que esteja, fora de questão disfarçar. Por educação e consciência dei minha vez para aquele senhor. Ele nem queria a princípio, por eu ser mulher =olha o cavalheirismo=, mas insisti e ele aceitou. Sou encantada por pessoas idosas, em geral paro para observar, dar atenção, conversar; são lições de vida e bençãos para nós, caminhantes.

Percebi ele ser bem conhecido ali, cliente antigo, com carisma aos funcionários. A moça do caixa, de bem com a vida, comentou a ausência dele a alguns dias. Ele respondeu ter saído para cortar o cabelo e andar um pouco no sol. Com um elogio e entonação de uma pessoa empática, falou:7

- O senhor ficou bonito.

E para minha surpresa, ele respondeu:

- Sempre fui, hoje estou mais bonito

Pronto! Ele ganhou uma fã. Que maravilha ver uma pessoa com idade avançada, portanto com algumas limitações, especialmente nestes tempos difíceis com a pandemia manter o bom humor. Tai o motivo pelo qual sorri; me senti nutrida, motivada a ver as coisas da vida pelo lado positivo, dar ênfase ao bem.

Por fim da cena, se despediu e agradeceu a minha gentileza. Quase falei:

- Obrigada ao senhor, que preencheu meu reservatório de luz, sem perceber e gratuitamente.

CONTATOS:

E-mail: cscarpena45@gmail.com

Facebook: Cândida Carpena 

Instagram: @candida.carpena 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

EDIÇÃO JUNHO 01

 


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REFLEXÃO POR TANIA COSTA


 

QUANDO É PRECISO CHORAR!                                                                                  

Vivemos em um mundo em que tudo tem que ser perfeito. Nada pode parecer, ou ser, diferente, onde quem tem mais inibe o que tem menos.
Desde criança, ouço frases desse tipo, e isso causa uma aflição, uma tristeza na alma. O pior é que, na maioria das vezes, este é um fato real.
Na escola, onde deveria ser o meio mais sociável, onde todas as crianças fossem consideradas iguais, brincassem todas juntas, já se percebe as diferenças.
Certa vez, havia uma menina linda, doce, educada, mas pobre, bem pobre, que estudava em uma escola pública, o que não poderia ser de outra forma devido às condições dos pais que possuíam outros filhos e a situação financeira bem complicada, mas havia muito amor entre eles.
Essa menina era tímida, não costumava se enturmar possuía uma inteligência bem peculiar. Seus professores notavam que ela era sábia e tentavam agrupá-la, mas ela não se sentia confortável, preferia fazer os trabalhos sozinha e colocar o nome dos colegas.
Na mesma sala, havia outras duas meninas que eram de uma posição social melhor, estudavam na mesma escola por ser a única existente na pequena cidade de interior. Elas eram filhas dos maiores empresários da cidade, talvez os únicos. A menina inteligente, mas tímida, nutria uma admiração por elas. Elas possuíam pastas lindas, enquanto ela levava os cadernos em sacos plásticos, normalmente de arroz ou açúcar. A pequena não tinha inveja das colegas, essa era uma palavra que não fazia parte de seu vocabulário, o que ela tinha era realmente admiração. Dona de um coração puro, o que ela mais queria era que não houvesse tanta desigualdade, que todos fossem iguais, que as outras coleguinhas também possuíssem lindas pastas escolares, mesmo que ela continuasse levando seus cadernos em sacos de açúcar.
Quieta, em seu canto, ela tentava mostrar sua amizade com pequenos gestos como um sorriso, ou um trabalho bem feito, onde colocava o nome do grupo.
Ao longo da vida, ela conseguiu amigas maravilhosas, que a entendiam e compartilhavam de seus pensamentos, mas as duas meninas “ricas”, materialmente falando, nunca deram chance a ela de mostrar seu valor, sua amizade sincera, independente de classe social.
A menina cresceu, cultivou grandes e lindas amizades, mas não as daquelas meninas que tanto admirava e sonhava um dia ser igual. Elas pareciam tão perfeitas!
A menina, agora adulta, mudou de cidade, tocou sua vida. Alguns anos depois ela voltou a sua terra natal, estava diferente de certa forma. Continuava tímida, humilde de coração, e com grandes sonhos e projetos em andamento de ajudar os mais necessitados. Agora ela era “popular”, conhecida, havia realizado quase todos os seus sonhos e continuava batalhando pelos que ainda não havia alcançado. Seu coração continuava puro, sem sentimentos de rancor, mas, bem no fundo, havia algo preso, sufocado.
Então, numa dessas idas a sua terra natal, ela viu uma das meninas, agora adulta. Gostaria de ter visto as duas, mas viu apenas uma, aquela que ela mais admirava. Ela continuava igual, parecia que o tempo não havia passado para ela. Continuava linda, bem vestida, mas parecia que nada havia mudado na sua vida, continuava a mesma pessoa. Ao vê-la, veio à tona antigos sentimentos, aqueles que sempre a perturbaram. Sentimentos de inferioridade, de tristeza, de mágoa. A menina “rica”, como chamava, quando se referia a ela, não a reconheceu, talvez porque estivesse diferente, havia um novo brilho no olhar e na vida daquela menina pobre.
Seu primeiro impulso foi o de se esconder para que ela não a visse, mas mudou de ideia e passou a seu lado. Tentou esboçar um sorriso em forma de cumprimento para ver se ela a reconheceria, mas ela nem sequer a notou. Nesse momento, a menina pobre sentiu como se estivesse na escola, naquele tempo em que tentava se achegar a outra com o mesmo sorriso e ela a afastava.
Foi aí, que percebeu que quem estava errada era ela mesma, e não a menina que lhe causava admiração, então sentiu vontade de chorar, e até chorou escondida em seu quarto mais tarde. Havia chorado quando criança pelo desprezo que lhe transmitiam, mas dessa vez chorou por outro motivo que nem ela mesma conseguiria explicar. Percebeu que ela se desvalorizava quando ficava tentando atrair a atenção das outras, que se menosprezava quando fazia um trabalho escolar perfeito e não permitia que os colegas participassem por medo de que o que estivesse apresentando ao professor não fosse ficar bom.
Ao levar seu material em um saquinho de arroz ou açúcar, ela estava aprendendo o valor de se adquirir as coisas com o próprio esforço, estava valorizando o empenho que seus pobres pais faziam para que não faltasse o alimento e, principalmente, o estudo. Talvez aquelas que ela julgava superiores não tivessem o mesmo grau de educação, de sabedoria, de amor. Ou, talvez, até tivessem, porque o que faz a pessoa não é o que ela possui, mas quem ela é em seu interior.
Às vezes é preciso chorar, lavar a alma, enxergar o que às vezes não enxergamos.
Ninguém é melhor, ou mais bonito do que ninguém! Minha avó costumava dizer que, “quem ama o feio, bonito lhe parece”. Um dito popular de grande sabedoria creio eu. Não existe melhor ou pior, mais bonito ou mais feio, em se tratando de pessoas. Existem pessoas de bom caráter e pessoas de má índole.
Quando é preciso chorar? Quando é preciso chorar, cada um sabe do que sente, do seu momento!
Em minha vã filosofia, dou apenas um conselho, chore sempre que for preciso! Chorar faz com que as janelas da alma fiquem limpas. Chore de alegria, de emoção, de amor, de saudade, e até mesmo de tristeza, se for o caso. Chorar alivia o coração, não é vergonhoso, é saudável.
Não permita a você mesmo se inferiorizar, seja você mesmo, com seus bens ou a falta deles, com seus medos, com suas características pessoais que só você é capaz de ter.
Somos todos iguais e somos todos diferentes ao mesmo tempo. Todos temos um dom que vem de Deus, independente de classe social. Vamos conviver mais com todas as pessoas. Você nem imagina o que pode haver de bom por trás de um sorriso, por trás de uma amizade verdadeira. Não olhe para o que lhe parece ser, olhe para o que é verdadeiro.
Ame, viva, chore!
 
Tania Costa.
 
Publicação autorizada

Tania Costa é escritora desde a adolescência, mas conseguiu realizar seu sonho de infância em 2020 quando publicou seu primeiro livro A Fazenda das Borboletas pela Editora UNISV.
Nascida em São José do Norte, vinda de família humilde, extremamente tímida, sempre teve muito gosto pela leitura, quando não estava na escola passava horas lendo. É presidente de uma ONG que trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

JOYCE VIANA-POESIA



Depois da meia noite 

Depois da meia noite, parecia impossível me apaixonar outra vez.
Depois da meia noite, a escuridão ainda estava em meus olhos.
Depois da meia noite, meu coração ainda estava sangrando.
Depois da meia noite, eu continuava sozinha.
Depois da meia noite, eu já não vivia mais os momentos, eram só memórias.
Depois da meia noite, raiava o sol de um novo dia.
Depois da meia noite, o relógio já nos alerta que o que aconteceu antes da meia noite, já não mais importa.
Depois da meia noite, faça valer o seu novo dia que o que passou já não tem mais volta.

 Joyce Viana Silveira, 30 anos, mineira de Belo Horizonte, autora, produtora e gestora de conteúdo, bacharel em Direito, pós graduada em Direito Penal, estudante de Teologia e apaixonada por Jesus Cristo. Instagram: @joycevianas_

PROJETO FUNDO DO BAÚ

 


Qual o alcance das nossas palavras? 
O quanto elas podem ser transformadoras, animadoras, consoladoras, destrutivas, restritivas?
Gosto de me despedir de meus pacientes, gosto de fechar a consulta com palavras de ânimo! (às vezes em situações tão dificeis de viver e enfrentar...) 
Sempre amei as palavras , sua capacidade de definir sentimentos, encerrar relações ou iniciar belos encontro. 
Também de decepcionar visceralmente, matando às vezes o mais belo sentimento, retirando dele toda esperança.
A idade nos brinda com mais possibilidades de expressão mas também nos faz mais cuidadosos na escolha das palavras. 
Vamos aprendendo a definir o tamanho exato do que deve, do que pode e do que é apropriado. 
Os anos nos ensinam  também a valorizar a eloquência do silêncio que passa muitas vezes a ser a mais rica seleção de palavras.
 

* Com carinho aos meus professores de Português e Inglês do presente e do passado que inspiraram em minha vida este vínculo tão apaixonado .

Sylvia Isaacsson
Gaúcha, médica Acupunturista.
Amante da Natureza e das fotografias . Escrever para mim significa me derramar exatamente quando percebo que uma temática ou sentimento precisam transbordar sob a firma de palavras.

Considero que é na simplicidade da coisas reside a paz .



PROJETO FUNDO DO BAÚ

 


Revirando o baú

 
Que me perdoem os jovens de hoje, mas não existem músicas boas atualmente. Isto claro na minha opinião. Eu ainda ouço algumas músicas tocadas no rádio esporadicamente, em programas que reviram o baú musical. E me pergunto hoje em dia o que é música, e não consigo encontrar resposta cabível aos meus ouvidos.
Sei que já passei dos sessenta, que para muitos sou uma velha, mas no meu coração ainda me sinto jovem, ao ouvir meus discos: Beatles, Rolling Stones (anos 60,70), Bee Gees, Elton John, até Michael Jackson, que acredito nunca saem da moda. E no nosso País, o querido Roberto Carlos, Caetano Veloso e seus amigos Mutantes, Gal Costa, Elis Regina, Tim Maia, Chico Buarque e seus protestos, até Benito de Paula, Osvaldo Montenegro. E tantos outros que para mim faziam música de qualidade.
E os Festivais de música, que tinham verdadeiros duelos musicais. Atraiam milhares de jovens, que nos anos 60 eram considerados desviados, pelos mais velhos. E eu fui um deles. Não fui ao vivo e em cores aos festivais, mas acompanhava torcendo por algum artista que tocava ou cantava uma música, que me impressionava.
E as roupas eram um barato mora, segundo o Roberto Carlos. Usei e abusei das minis saias, calças bocas de sino. Roupas extravagantes como dos Novos baianos, e como era feliz. O que eu quero mostrar é a referência musical de ontem com atuais (músicas) apresentadas e cansativamente tocadas no rádio e tv.
Para falar a verdade, não compro um CD a uns dez ou quinze anos. A não ser que de algum artista faça uma releitura dos grandes sucessos do passado. Na minha modesta opinião, música tem de tocar a alma, o coração, tem de trazer uma mensagem positiva ou simplesmente contar uma história de amor, de perda, de solidão e tantos outros sentimentos que permeiam o ser humano.
Não quero ofender quem gosta dos atuais artistas, que seminus se contorcem e viram uma espécie de redemoinho que gira e gira, mas não deixa nada, nem um simples grão de sabedoria, de amor ou qualquer que seja a mensagem que queira passar. Já pedi perdão demasiado, gosto mesmo é de Elvis, Tim Maia, e do maluco Beleza |Raul Seixas. Sei que gosto é gosto, e cada um tem o seu, mas a humanidade atual deveria atentar, que rebolado e palavras chulas, não acrescentam em nada, e no futuro me pergunto como vão ser as músicas, e entristeço.

Ivete Rosa de Souza

Nascida em 1955 em Santo André, adoro ler e escrever, sou apaixonada por poesia, contos e  crônicas.
@iveterosades (Instagram)
Facebook (Ivete Rosa de Souza)



PROJETO FUNDO DO BAÚ


 

Erros

Erros podem ser ações repetidas
Podem ser falta de ações
Podem ser ignorar os sinais
Ou ignorar a si mesmo
Erros podem ser a distração
Mergulho num ciclo vicioso quando se sabe o fim da história
Erros podem estar lá fora
Mas podem estar aqui dentro
Erros podem estar na multidão
Mas também podem estar na solidão
Erros podem estar no outro
Mas também podem estar em mim
Erros, sempre erros
Erro me anestesiando, fingindo que o erro não existe
Ignorando as atitudes que são erros, até que o erro volte e se volte contra mim
Aí vejo que o erro não existe sozinho
Criamos, o alimentamos, cuidamos dele...
O erro... Onde está?

Está em todos nós...

Renata Abreu,  teresopolitana, reflexões estão na @reflorescernoluar 



ABELARDO NOGUEIRA

 



 
Duas letras formam o só,
Veja que contradição.
Se só, é coisa de um,
E um só, não é dois, não,
Como é que s e ó,
Provam tal afirmação?
 
 
Então, só, é descabido
E só por si só, se explica.
Porém é o acento agudo
Que por sobre o ó se aplica,
A única das razões
Pelas quais se justifica.
 
 
Se o só, pois, não fosse tônico,
Nem o ó, acentuado,
Só, seria outra coisa,
Ou outro significado.
Só não queria dizer
Alguém desacompanhado.
 
 
Mas, como o só, só não é,
E de só nada se tem,
Só, é palavra fingida
E somente para alguém
Que só não vê que na vida 
Só, não vive sem ninguém.


Abelardo Nogueira é natural de Aracoiaba-Ce. Músico, poeta, escritor, trovador e cordelista premiado em diversos concursos literários das UBTs (União Brasileira de Trovadores) e OMTs (Organización Mundial de trovadores). É Membro oficial da AILB – Academia Internacional de Literatura Brasileira, cadeira 418. Membro fundador do Núcleo Accademico Italiano de Scienze, Lettere e Arti – NAISLA. E Membro efetivo da ACLC – Academia Cearense de Literatura de Cordel. É autor de várias obras, participa de inúmeras Antologias tanto físicas quanto virtuais, nacionais e internacionais, inclusive de Academias de Letras em alguns estados. É sócio da UBT – Aracoiaba-Ce, e sócio fundador da UBT - Ocara-Ce. Sendo, portanto, a poesia, um universo a percorrer e um encanto a desvendar.

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TUDO É FESTA
 
Meu Nordeste amado.
Junho é mês de comemoração. 
Quantas quadrilhas, ninguém fica parado. 
No Brasil inteiro, grande animação. 
 
Têm Santo Antônio, São Pedro e São João. 
As Damas vestem vestidos rodados.
A alegria contagia a multidão. 
Cavalheiros distintos e bem trajados.
 
Quadrilha hoje, é festa popular.
Teve seu início, como festa Nobre de Salão. 
A família Real trouxe para aqui se deliciar.
Em momentos festivos e de descontração. 
 
Têm comidas, bolos, quentâo.
Casamento matuto e riquezas em alegorias.
Danças de Frevo, Maracatu e Baião. 
Pau de sebo, barra quinhas e pescarias. 
 
A festa vem em toda Nação se eternizando.
Não tem como segurar a empolgação. 
O Povo dançando e cantando.
Viva Santo Antônio,  São Pedro e São João!
 

 Autora: Ivoneide Brasil

Ivoneide Brasil Formação Acadêmica: Curso de Pedagogia, Pós Graduada em Especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e Médio pela Universidade Vale do Acaraú (UVA). É Servidora Municipal Concursada desde 1989 até os dias atuais. Atuou como Professora. Presta Serviços no Hospital Regional Santa Isabel em Aracoisba/CE. Trabalhou como Articulista na Coluna Motivacional do Jornal Regional Olhar Maciço. Comentarista na RádioTV OLHAR. Ivoneide Brasil (nome artístico) sempre alimentou o gosto pela escrita, porém, por três décadas deixou seus textos engavetados. Com inspirações tiradas da Natureza, de sentimentos bons e de emoções, voltou a escrever no período da pandemia, criando textos lindos como aqueles que havia guardado. Em junho de 2021 decidiu postar seus textos nas redes sociais por incentivo de seus amigos (as). Seus primeiros textos publicados num livro, aconteceu através da Coletânea Encantos da Lua, uma realização da Rio de Flores Editora.  “A natureza em ti, Pedaços, Mulher e Amor”, são os quatro textos que o leitor pode admirar registrados entre as páginas 77 a 80 desta Coletânea. Ivoneide Brasil volta a publicar novos e inéditos na Coletânea Elas são flores que reuni grandes escritoras como a Escritora e Poetisa Ivoneide Brasil.



MATÉRIAS ESPECIAIS RIO DE FLORES

 

Rose Cruz Nascida em 23 de outubro de 1977, a Escritora, Poetisa e Artesão mineira Rose Cruz, despertou seu interesse pela escrita aos 13 anos. Sua inspiração baseia-se na natureza para escrever e compor seus artesanatos. Rose Cruz tem dois livros publicados intitulados “Amor à Arte” e “A ternura da artesã Rose Cruz em seu Ateliê”. A Escritora, Poetisa e Artesã Rose Cruz costuma dizer que “... as histórias somam palavras que viram livros, o sabor de sentir o gosto das conquistas, a certeza de escrever e elaborar textos e o amor aos papeis, são os frutos de sua inspiração...”. Rose Cruz é coautora das Coletâneas Rio de Flores, Encantos da Lua e Elas São Flores produzidas pela Rio de Flores Editora.


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Maria de Fátima de Sá Sarmento Professora, escritora e poetisa, nasceu em São José da Lagoa Tapada/PB. Cursou Letras com Especialização em Literatura Brasileira pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Serviço Social pela Estácio. Participante de várias Coletâneas, entre elas: Coletâneas Rio de Flores, Encantos da Lua e Elas são flores produzidas pela Rio de flores Editora. Tem dois livros lançados: “Rompendo a Aurora Entre Versos, Rimas e Prosa” (Editora Recantos das Letras) e “Retalhos do Tempo” (Editora Escritores da Alma). O Primeiro poema, “Pegadas” foi publicado na 1ª Edição da Revista Digital, “Prosa & Versos”. É membro da Acadêmica da AIAP, cadeira 322, Patrono Imortal Machado de Assis, Patronesse Tatiana Azevedo, bem como da Febacla.


PROJETO FUNDO DO BAÚ

 


Memórias

E foi assim...
Um belo dia éramos crianças. Brincávamos, corríamos, nos divertíamos, sorríamos.
Éramos tão felizes!
Em um piscar de olhos, a adolescência chegou.
Com ela os dilemas, as paixonites, as idas e vindas das amizades.
Já não éramos mais tão crianças!
E, como uma chuva de verão, nos tornamos adultos.
As preocupações, as decisões, casamento, filhos, família.
Cada um com a sua vida!
E percebemos o quão rápido saímos da fase da criança solta, brincalhona, destemida e “sem filtro” e chegamos na fase adulta, onde as preocupações, as inseguranças, as incertezas e muitos desejos contidos e coisas que gostaríamos de ter dito ou vivido, não são mais tão possíveis devido ao “excessso de filtro” que antes, como toda a criança, nós também não tínhamos, e hoje temos até demais.
Hoje, ao olharmos para trás, vemos...
Os momentos que passamos,
As pessoas que amamos,
As besteiras que fizemos,
As decisões certas ou erradas que tomamos,
As gargalhadas que demos,
As pessoas queridas que perdemos!
Hoje, adultos, mais conscientes e maduros, nos questionamos:
Onde estávamos quando tantas coisas aconteceram?
Quando tantas pessoas queridas se foram?
Quando o final ficou lá, naquele último abraço, naquela última palavra, naquela última conversa, naquele último tchau?
Quando imaginaríamos que aquele seria o último momento das nossas vidas!
Mas, para tudo há um culpado: o tempo!
Sim, sempre achamos que o tempo será camarada conosco e nos dará uma prorrogação, mas, ele é implacável e não nos oferece uma segunda chance para fazermos as coisas diferentes, para estarmos mais perto de quem amamos, para aproveitarmos cada momento das nossas vidas, vivendo e sendo felizes.
 Por isso, amemos mais, valorizemos mais, vamos sorrir mais, aproveitemos cada segundo de tudo o que for bom e cada segundo com as pessoas a quem amamos, pois, a vida não tem replay!
Em memória de Charles Wiliam
                    (Fevereiro / 82  a  Junho / 21)

             Primo querido, sempre te amaremos!

Eu me chamo Micéia Lima Izidoro, tenho 39 anos, sou Pedagoga, mãe do Lucas (3 anos e 9 meses) e sou casada há 12 anos com um amante da escrita assim como eu e que se chama Maurício. Moramos a cinco anos na cidade de Caraguatatuba, SP, mas, nascemos em São Paulo.
Desde a adolescência, a escrita foi uma paixão, escrevi um romance à mão, porém, sem pretensão de publicá-lo. Os anos se passaram, eu me casei, tive o meu filho e o amor pela escrita continuou comigo, porém, o desejo de escrever tornou-se cada vez mais forte, além do amor pela leitura de romances. Um belo dia eu senti que deveria seguir o meu coração e me dedicar a esse amor: escrever livros de romance e textos diversos. Não tenho um livro publicado ainda, mas, estou escrevendo um romance no momento e o objetivo é publicá-lo em breve. Atualmente, além do meu romance, também escrevo artigos com temas diversos, faço revisão de textos e livros.
Sou uma escritora iniciante, mas, o amor pelos livros e pela escrita é muito antigo. Acredito que tudo tem um momento certo para acontecer. Tudo começa com o primeiro passo. Nunca é tarde para seguirmos os nossos sonhos, pois, se temos um desejo ardente e um amor profundo por algo ou por um objetivo, com certeza podemos alcançá-lo e os nossos sonhos podem se tornar realidade.



JAQUELINE CARDOSO DE CARVALHO


LUTO
Feche os olhos
Imagine a cena
Se você fosse o pai ou a mãe
De uma pequena
 
12 anos é a idade
Mais linda do mundo
Quem é ser humano sabe
O quanto isso é profundo

Imagine essa menina
Arrastada de sua casa
E por vários homens
Ser estuprada
 
Meu Deus que agonia
Nem dá para aceitar
Quanta covardia
Aconteceu naquele lugar

Era para ser assunto nas telas
Polícia de todas as patentes
Caçando os bestas feras
Que mataram essa inocente
Mas infelizmente
Todo esse infame
Aconteceu longe

Numa Aldeia Ianomami
Um espera o outro investigar
Prefeito para o governo
Governo para presidente
Enquanto isso chora uma Nação inocente
 
Que só queriam paz naquele lugar
Mas viu aos poucos os garimpeiros tomarem o seu lar
Desmatando a floresta e matando a vida
Como eles fazem para achar comida?

Um povo acompanhado
Por malária e desnutrição
Completamente abandonado
Pelo resto da Nação
 
A Tupã nos resta implorar
Que console aquela Nação
Que a justiça aconteça naquele lugar
Dessa ninguém escapa não.

JAQUELINE CARDOSO DE CARVALHO (HAYWÃ)


Dedicatória
Quero agradecer a um mundo de gente
Pai, Marido, filha, amigos e parentes.
A todos que em mim acreditaram
Aos encantados da família que me inspiraram
Em especial ao Mestre Pelé, meu Supervisor Junior
E meu primo Som Pataxó
Que me inspirou ao dizer... Índio que é índio
Nunca anda só
E a você...
Que vai ler meus versos
Com olhos, alma e coração...

É tudo o que peço.



Nasci na cidade de Ribeirão Pires em 1971 e após a morte da minha mãe quando eu tinha 8 anos fomos morar na Bahia, vivemos próximos a Fazenda Jaqueira onde morava minha avó e toda a família do meu pai.

Em 1997 quando o índio Galdino Jesus dos Santos foi assassinado em Brasília queimado num ponto de ônibus, por um grupo de garotos de classe média alta causando comoção nacional, toda a família se reencontrou novamente. Na família não se falava sobre “índios” e não gostavam da associação ao nome, devido a terem sido expulsos das terras por fazendeiros e temerem sofrer represálias.
O nosso povo Pataxó hãhãhãe, é formados por uma mistura de povos indígenas de 6 etnias indígenas ocupando 54 mil hectares de terras indígenas em municípios diferentes como, Pau Brasil, Itaju do Colônia e Camacan. Somos em 1600 famílias cerca de 4500 pessoas entre jovens adultos crianças e anciões.  
Aqui na cidade de Ribeirão Pires cursei a faculdade de Estudos sociais, Geografia e Pedagogia,me casei e tenho uma filha de 13 anos, em 2021 fui eleita para fazer parte da Promoção da Igualdade Racial representando os indígenas dessa cidade onde temos cerca de 60 pessoas da família PataxóHãHãHãe da etiniaKaririSapuyá e nossa luta é pelo reconhecimento das autoridades ao nosso povo.





FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
PUBLICAÇÃO AUTORIZADA